Grécia: Ministro das Finanças confessa que plano de reformas é deliberadamente vago

| Economia
Porto Canal / Agências

Atenas, 27 fev (Lusa) - O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, declarou hoje ter apresentado deliberadamente um programa de reformas vago para assegurar o aval dos parlamentos da zona euro ao prolongamento da ajuda a Atenas.

O Governo grego entregou no início da semana o muito esperado plano de reformas que tenciona aplicar, condição imposta pelos parceiros europeus e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para prolongar quatro meses o programa de ajuda ao país e para receber um pagamento de 7,2 mil milhões de euros.

O plano não contém prazos nem compromissos em números, mas é deliberado, explicou Varoufakis à cadeia de televisão grega Antenna TV, recordando uma "imprecisão produtiva".

"Nós estamos confiantes com o nível de imprecisão", disse o ministro.

Varoufakis explicou que teve encontros com determinados homólogos da zona euro que o aconselharam a não incluir números no documento porque "senão não seriam aprovados pelos respetivos parlamentos".

Varoufakis exprimia-se quando os deputados da câmara baixa do Parlamento alemão, Bundestag, se preparavam para votar a extensão do programa.

O Bundestag deu hoje 'luz verde' por uma esmagadora maioria, mesmo depois do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, ter explicado que a decisão não tinha sido "fácil".

No plano apresentado à zona euro, o Governo de esquerda de Alexis Tsipras compromete-se a lutar contra a fraude e a corrupção, reduzir as despesas do Estado, não travar as privatizações em curso e cooperar com as instituições internacionais.

Todos estes compromissos devem ser transpostos para projetos legislativos e medidas concretas nas próximas semanas.

Varoufakis também reconheceu que, atualmente, "os cofres (do Estado) estão vazios", numa altura em que o país deve reembolsar os empréstimos, designadamente ao FMI em março.

MC // MSF

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