Quase 70% dos investidores em papel comercial são reformados - associação de clientes

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 19 fev (Lusa) - O presidente da Associação de Defesa dos Clientes Bancários Lesados, Ricardo Ângelo, garantiu hoje no Parlamento que entre 60 e 70% dos investidores em papel comercial do GES que aderiram à entidade são reformados, com um perfil conservador.

"Entre 60% e 70% dos nossos associados são reformados. Eles foram ao elo mais fraco", acusou hoje o responsável durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/GES.

Ricardo Ângelo reforçou que os gestores de conta do BES, que comercializaram papel comercial das 'holdings' do Grupo Espírito Santo (GES) aos balcões dos bancos, focaram-se nas "pessoas que sempre tiveram produtos conservadores e que têm uma baixa literacia financeira".

E ilustrou: "90% transitou do fundo Espírito Santo Liquidez e de depósitos a prazo".

O líder da associação de lesados garantiu que ainda hoje "há pessoas que não conseguem entender como é que se foram meter numa alhada destas, porque sempre tiveram produtos sem risco".

Questionado pelos deputados sobre o perfil dos associados da entidade que lidera, Ricardo Ângelo referiu que "o investimento mínimo [neste tipo de produtos] é de 50 mil euros" e que a média de investimento dos seus associados é de 140 mil euros.

O responsável disse que, de acordo com os dados que detém, o cliente que mais investiu em papel comercial aplicou 600 mil euros.

"Nesta segunda-feira, foi um descalabro. Juntaram-se 80 pessoas" à associação que representa, sublinhou, justificando esta grande afluência com as declarações recentes do Banco de Portugal e do Novo Banco.

Nesta associação estão representados cerca de 500 dos 2.500 clientes do BES lesados no papel comercial das 'holdings' do GES.

"São a franja mais baixa", garantiu Ricardo Ângelo, apontando o dedo à atuação do Banco de Portugal e do Novo Banco neste problema específico.

"Pensam apenas na venda do banco, não pensam no dinheiro das pessoas", acusou.

O responsável concluiu a sua audição no Parlamento com a seguinte declaração: "O interesse nacional é dos cidadãos, não é da banca".

DN/PPF // ATR

Lusa/fim

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