Marcelo diz que Cavaco foi "menos picante" que Passos no que toca à Grécia
Porto Canal (LYA)
Marcelo Rebelo de Sousa critica as intervenções do presidente da República e do primeiro-Ministro sobre a Grécia. O professor apelidou de "azares" os erros dos governantes. Estas declarações foram feitas no habitual comentário de domingo na TVI.
Segundo o comentador, Cavaco Silva "tentou fazer" uma declaração que fosse claramente "menos picante" do que a de Pedro Passos Coelho, no entanto, "teve azar em algumas coisas". Um dos "azares" de Passos Coelho, foi considerar o programa de Alexis Tsipras (recém-eleito primeiro-Ministro grego) um "conto de crianças" inconciliável com as regras europeias. A tentativa de "ser equilibrado" saiu gorada por parecer ter vindo "apoiar" o primeiro-Ministro. "Não era isso, mas existiu essa percepção", disse o professor.
Sobre Passos Coelho, o comentador denota "uma mudança subtil de posição" entre a primeira intervenção e a mais recente. Na primeira, Marcelo Rebelo de Sousa identifica um "erro de avaliação". O professor afirmou que o primeiro-Ministro pensou que "os portugueses iam reagir pró-Portugal e anti-Grécia", tendo os portugueses reagido "contra a Alemanha e pró-Grécia". "Pedro Passos Coelho agora tinha de entrar numa nova fase pré-eleitoral", disse Marcelo.
"Não basta dizer que o que fizeram correu bem. Tem de oferecer futuro e esperança. Ao criticar os gregos, agarrou-se ao discurso do passado quando agora precisa de partir para o futuro", defendeu o comentador.
Na "coligação" dos defensores da política grega que assinaram o "Manifesto dos 32", Marcelo Rebelo de Sousa vê "uma coligação negativa", já que "o que os une é menos do que aquilo que os divide". Sobre os gregos, defende que "vão ter de rever algumas das suas posições iniciais", mas que "há um caminho que é desejável". Marcelo Rebelo de Sousa admite a necessidade de tempo, mas acredita que "vai haver um acordo".