'Troika' deve recusar renegociação da dívida grega, sob pena de Irlanda e Portugal exigirem o mesmo

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 28 jan (Lusa) -- A consultora norte-americana IHS admite que a 'troika' venha a recusar a maioria das propostas do governo grego, como a renegociação da dívida, sob pena de a Irlanda e de Portugal exigirem um tratamento semelhante.

Numa nota enviada hoje à comunicação social, a analista da consultora IHS Blanka Kolenikova afirma que "é pouco provável" que os credores internacionais aceitem a maioria das propostas do governo grego, liderado por Alexis Tsipras (Syriza, partido anti-austeridade de esquerda), como a reestruturação da dívida pública do país.

"Se a Grécia obtiver um alívio significativo na sua dívida, isto vai com certeza levar a apelos de países como a Irlanda ou Portugal para obter o mesmo tratamento", salienta a analista.

A consultora norte-americana acredita que as negociações entre o Governo grego e a 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) "não devem ser fáceis", mas que, apesar da "aparente relutância" dos credores em discutir uma renegociação da dívida, o tema deverá ser "um ponto forte na agenda".

Para a IHS, se a Grécia não chegar a acordo com os credores, o país "vai ficar numa situação muito difícil, porque a economia continua dependente de financiamentos internacionais".

"Se a Grécia entrar em incumprimento, existe o risco de que o Banco Central Europeu (BCE) pare de providenciar liquidez para apoiar os bancos gregos, o que poderia levar a uma fuga significativa de depósitos", alerta Blanka Kolenikova, o que, para a IHS, "pode levar o país a abandonar o euro", disse a analista.

"Ainda que o Syriza não tenha um mandato popular para levar o país a deixar o euro", a consultora considera que "a possibilidade de as negociações resultarem em consequências imprevistas não é negligenciável".

Por isso, Blanka Kolenikova admite que o Governo grego venha a recuar em algumas das medidas já anunciadas, como o aumento do salário mínimo nacional ou o fim de várias privatizações, mas que venha a obter também "alguma flexibilização" por parte dos credores, "se se comprometer com a implementação de reformas estruturais".

"Embora a posição do Syriza sobre as reformas ainda não esteja clara, a sua determinação em lutar contra os interesses económicos estabelecidos, que no passado prejudicaram as reformas, deve ser visto com bons olhos", salienta a analista.

O novo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou hoje que uma das prioridades do novo Governo será "a renegociação da dívida com os seus parceiros, com vista a uma solução benéfica para todos".

A dívida grega eleva-se a mais de 315 mil milhões de euros. O Eurostat fala em 315,5 mil milhões de euros no final de setembro de 2014, o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) indica 324 mil milhões de euros.

SP// ATR

Lusa/fim

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