Presidente da ESCOM diz que administradores da empresa receberam parte dos 27ME dos submarinos como bónus

Presidente da ESCOM diz que administradores da empresa receberam parte dos 27ME dos submarinos como bónus
| Economia
Porto Canal

O presidente da ESCOM disse hoje que os administradores da empresa receberam parte dos 27 milhões de euros do negócio dos submarinos "como bónus" pelo trabalho desenvolvido, opção decidida pelos acionistas e com a luz verde de Ricardo Salgado.

Hélder Bataglia, que está a ser ouvido esta tarde na Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES), confirmou hoje que os administradores da ESCOM ficaram com cerca 27 milhões de euros do negócio dos submarinos e que desse negócio "ficou muito pouco" para a empresa.

"Havia a consciência de que deveria haver algum bónus para os administradores pela atividade desenvolvida já há alguns anos. Os acionistas decidiram que era assim e que assim é que devia ser feito", afirmou o presidente e sócio da ESCOM, acrescentando que "foi com Ricardo Salgado [líder histórico do BES e membro do conselho superior do GES] que se falou".

Hélder Bataglia respondia a questões colocadas pela deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua, adiantando que os administradores consultaram consultores para "otimizar fiscalmente" o que tinham acabado de receber. Por isso é criado o Fundo FELLTREE INC no Panamá, admite.

O presidente da ESCOM admitiu que o objetivo era "pagar menos impostos" e que os administradores da empresa, os membros do conselho superior do GES e o consultor Miguel Horta e Costa recorreram ao Regime Excecional de Regularização Tributária (RERT) para regularizar a situação.

Durante a audição, o presidente da comissão parlamentar, Fernando Negrão (PSD), disse que os deputados vão receber "a curto prazo" documentos da parte do ex-administrador da ESCOM Luís Horta e Costa sobre os 27 milhões de euros recebidos no negócio dos submarinos.

Em dezembro, no documento de arquivamento do processo dos submarinos, o Ministério Público afirma que a aquisição por Portugal de dois submarinos alemães disponibilizou aos quatro arguidos no processo (entre eles Hélder Bataglia) e a membros do GES 27 milhões de euros.

O inquérito, em investigação desde 2006, teve como arguidos Miguel Nuno Horta e Costa, Luiz Miguel Horta e Costa, Pedro Manuel de Castro Simões Ferreira Neto e Hélder José Bataglia dos Santos suspeitos de fraude fiscal qualificada, branqueamento e corrupção.

A ESCOM foi consultora do German Submarine Consorcium, ao qual o Estado português adjudicou, em 2004, o concurso para dois submarinos, cujo primeiro viria a ser entregue em 2010, com custos superiores a 800 milhões de euros, mas com contrapartidas previstas, pelo menos, de 100%.

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