Câmaras e ambientalistas criticam plano do Governo de combate à vespa asiática

| Norte
Porto Canal / Agências

Arcos de Valdevez, Viana do Castelo, 23 jan (Lusa) - Representantes de dois municípios do Minho e da associação ambientalista Quercus consideram hoje que o plano governamental para combate à vespa asiática (vespa velutina) "não tem aplicação prática", e "atira" para as autarquias a responsabilidade de destruição da praga.

"É um plano cheio de nada. Viemos para aqui com as mãos vazias, e vamos daqui com as mãos igualmente vazias. Cada vez mais os parentes mais pobres deste país são as câmaras. Só falta agora que as câmaras deleguem nas juntas de freguesia, e a seguir no regedor, porque o último a pagar é sempre o mexilhão", afirmou o vice-presidente da Câmara de Valença, Manuel Lopes (PSD).

As críticas foram proferidas em Arcos de Valdevez perante os secretários de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar e do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, no ato em que os dois governantes apresentaram o plano de ação para a vigilância e controlo da vespa asiática em Portugal e a plataforma digital "SOS Vespa Velutina".

A vespa asiática foi introduzida na Europa através do porto de Bordéus, em França, em 2004. Os primeiros indícios da sua presença em Portugal surgiram em 2011, mas a situação só se agravou a partir do final do ano seguinte.

O vice-presidente da Câmara de Valença questionou a "aplicação prática" do plano, sobretudo no verão, quando ocorrem mais incêndios florestais e aquela espécie invasora se encontra em plena atividade.

"Quando chegarem os meses de verão os bombeiros vão apagar fogos ou destruir ninhos de vespa asiática? Quando estiveram a destruir um ninho numa árvore e houver um acidente numa estrada atiram-se da árvore e ajudar o acidentado? Não se podem dividir. Ou estão num lado ou no outro", afirmou Manuel Lopes.

Para o responsável, a falta de efetivos nas corporações de bombeiros pode ser "um problema agravado" para o qual "o Governo não tem solução".

"Com teoria não se combate esta praga e sem dinheiro também não", disse perante uma plateia composta, entre outros, por elementos dos bombeiros, da GNR, e entidades oficiais da região.

Mota Gonçalves, do serviço de proteção civil da Câmara de Braga, também presente no ato, afirmou que o documento "é apenas de vigilância e monitorização" e, que a destruição dos ninhos deveria uma tarefa do Governo.

"O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) é que deviam centralizar a destruição dos ninhos, ou através de contratação de empresas especializadas, ou de parcerias com as camaras municipais", explicou.

O dirigente nacional da associação ambientalista Quercus, Ricardo Marques, outro dos presentes, manifestou "preocupação" quanto à "aplicabilidade" do plano e criticou "o atirar de responsabilidades do combate para as Câmaras que, "por falta de dinheiro, poderão não fazer nada".

Condenou a "burocracia" que a plataforma digital hoje apresentada "pode representar na simples identificação de ninhos".

"A população em geral não vai estar muito recetiva", sublinhou.

Já o secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agro - Alimentar garantiu que se trata de uma ferramenta "rápida e simples".

Adiantou que as autarquias têm um papel de "grande relevância" no combate, e admitiu a possibilidade do Governo vir a apoiar financeiramente os municípios mais afetados pela praga.

ABYC // JGJ

Lusa/Fim

+ notícias: Norte

Novos dados. Homem morre atropelado por autocarro num passeio em Braga

Um autocarro dos Transportes Urbanos de Braga (TUB) atropelou mortalmente um homem em Braga, confirmou ao Porto Canal fonte do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Cávado.

Vão nascer 30 novas casas de renda acessível no Marco de Canaveses

Marco de Canaveses vai construir 30 apartamentos de renda acessível, em Rio de Galinhas, casas que se vão juntar às 61 já em construção na sede do concelho, no âmbito da Estratégia Local de Habitação, segundo o município.

Carro consumido pelas chamas na A1 em Santa Maria da Feira

Um automóvel foi consumido pelas chamas na Autoestrada 1 no sentido Norte-Sul, ao quilómetro 276, em Santa Maria da Feira.