Costa quer programa do BCE acompanhado por leitura flexível do défice e dívida
Porto Canal / Agências
Lisboa, 22 jan (Lusa) - O secretário-geral do PS advertiu hoje que o programa anunciado pelo BCE é apenas um bom princípio, defendendo que tem de ser acompanhado por um plano de investimento e por uma leitura flexível da dívida e défice.
Estas posições foram assumidas por António Costa em conferência de imprensa, após o Banco Central Europeu (BCE) ter anunciado um programa de compra de ativos num valor total superior a um bilião de euros até ao final de setembro de 2016.
Na perspetiva do líder socialista, a intervenção do BCE será por si só sempre insuficiente "caso não seja acompanhada por uma política orçamental mais amiga do crescimento e do emprego".
"O programa hoje anunciado deve ser visto em conjunto com o plano [do presidente da Comissão Europeia] Juncker de investimento europeu, que foi divulgado em dezembro passado, e com a leitura inteligente e flexível das regras em matéria de défice e de dívida pública" apresentadas recentemente em Bruxelas.
No entanto, de acordo com António Costa, ao contrário desta via de interpretação, o Governo português "tem procurado limitar o significado quer do plano Juncker, quer da comunicação da Comissão Europeia".
O programa do BCE de compra de dívida é por isso, na opinião do secretário-geral do PS, "um bom princípio, mas ainda o início de um caminho".
"No plano europeu, é necessário reforçar o apoio a esta reorientação de política, para o que é essencial substituir governos como o português por governos que ponham fim à austeridade, dando prioridade ao crescimento e criação de emprego - uma via essencial até para a sustentabilidade das finanças públicas. A nível nacional é essencial melhorar as expetativas dos agentes económicos e as condições de absorção pelas empresas de uma maior liquidez a disponibilizar", defendeu.
Nesse sentido, o líder socialista advogou que, na componente de aquisição de dívida privada do programa, a prioridade deve ser dada "às empresas dos setores produtivos geradoras de emprego, em especial as pequenas e médias empresas".
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