Decisão do BCE era necessária mas não basta, diz Elisa Ferreira

| Economia
Porto Canal / Agências

Bruxelas, 22 jan (Lusa) -- A eurodeputada portuguesa Elisa Ferreira, porta-voz dos Socialistas Europeus para os Assuntos Económicos, considerou que a decisão hoje tomada pelo Banco Central Europeu (BCE), de comprar dívida, era necessária, mas defendeu que, por si só, não é suficiente.

"A ação de hoje do BCE é muito necessária, mas não será suficiente para colocar a Europa num caminho sustentável rumo ao crescimento", considerou a deputada do PS ao Parlamento Europeu, para quem é agora necessário fazer pleno uso da flexibilidade nas regras de política orçamental e implementar rapidamente um" programa de investimento europeu forte".

Elisa Ferreira preconizou também uma maior coordenação de políticas económicas, de modo a que os países com maiores excedentes "também façam a sua parte" em apoiar a procura e criar confiança num "crescimento económico equilibrado" por toda a Europa.

Menos entusiástica foi a reação do Partido Popular Europeu (PPE), a maior família política europeia, e que integra as delegações do PSD e CDS-PP, ao anúncio de hoje do presidente do BCE, Mario Draghi, que revelou que a instituição que lidera vai comprar mensalmente 60 mil milhões de euros de dívida pública e privada até setembro de 2016.

O porta-voz do PPE para os Assuntos Económicos, Burkhard Balz, disse acreditar que o BCE vai agir de forma responsável e totalmente transparente, mas observou que a instituição "terá que explicar por que é que ações que vão além das medidas convencionais de política monetária, como a alteração das taxas de juro, são necessárias e justificadas".

"A continuidade das reformas estruturais é essencial para o futuro da zona euro e para garantir o sucesso das políticas económicas. A Europa não se deve desviar do percurso de reformas. É da inteira responsabilidade dos governos nacionais", disse por seu turno o presidente do PPE no Parlamento Europeu, Manfred Weber.

Mario Draghi anunciou hoje, em Frankfurt, que o BCE vai comprar mensalmente 60 mil milhões de euros de dívida pública e privada, justificando a medida com o persistente nível de inflação muito baixo.

O conselho de governadores "decidiu lançar um programa alargado de compra de ativos", anunciou o presidente do BCE na conferência de imprensa que se seguiu à primeira reunião deste ano da instituição,

Draghi disse ainda que 20% da compra de títulos terá risco partilhado.

Na reunião de hoje, o BCE decidiu ainda deixar inalterada a sua taxa de juro em 0,05%, um mínimo histórico fixado em setembro do ano passado.

ACC (EO)// ATR

Lusa/fim

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