Conselho Metropolitano defende expansão do Metro do Porto através do Portugal 2020
Porto Canal
O presidente do Conselho Metropolitano do Porto defendeu hoje a expansão da rede do metro do Porto através dos fundos do Portugal 2020, considerando que "as verbas destinadas ao ambiente não devem ser só afetas à eficiência energética".
"As verbas [dos fundos comunitários] destinadas ao ambiente não devem ser só afetas à questão da eficiência energética mas também às políticas de mobilidade, e a nossa região tem problemas estruturais gravíssimos que precisam de ser resolvidos", afirmou, em entrevista à Lusa, o autarca de Oliveira de Azeméis, Hermínio Loureiro.
Segundo disse, quando hoje há problemas ambientais gravíssimos, "em que a população tem tendência de levar o carro para todo o lado, entupir as cidades e os acessos aos grandes centros", é preciso ter alternativas nos transportes públicos.
"Na sequência da pressão que tem vindo a ser feita pelo CmP", afirmou, a decisão de hoje do Governo de alargar o âmbito de atuação da Agência para a Energia (Adene) - para dar um maior enfoque à sua atuação no domínio da eficiência energética na mobilidade e do uso eficiente dos recursos hídricos -, "é mais uma janela de oportunidade, no âmbito de uma política energética verde e de baixo carbono, para a expansão da rede da Metro do Porto".
Para Hermínio Loureiro, não interessa agora dizer se deve ser a linha A ou a linha B, muitos dos problemas que o metro tem hoje devem-se ao facto de cada um dos municípios ter defendido a sua linha.
"O que interessa agora é pensar em expandir a rede e isso só poderá ser feito através de fundos comunitários. Não podemos ser utópicos, nunca serão os privados a investir na expansão da rede, até porque ela custa milhões e milhões de euros", sustentou.
Quanto à subconcessão da Metro do Porto, que é detida em 40% pelos municípios da AMP, o presidente do CmP voltou a afirmar que "é um processo que tem que ficar para memória futura, não só para a região mas também para o país", tendo em conta que é intenção do Governo concessionar a Carris e o metro de Lisboa a breve prazo, embora ambas as empresas sejam detidas na totalidade pelo Estado.
"O que importa aqui verificar e perceber é que os erros cometidos, as sucessivas alterações que tiveram que ser feitas ao caderno de encargos significam que este é um processo a não repetir", disse.
A pré-qualificação dos concorrentes tinha sido pedida pelos autarcas da AMP, mas como "manda quem pode e obedece quem deve" e esta condição foi excluída pelo Governo, a grande preocupação de Hermínio Loureiro neste processo é a qualidade do serviço prestado às populações.
"Vamos aguardar que o júri [do concurso] faça o seu trabalho, tome as suas decisões", disse, considerando ser "sempre relativo serem muitos ou serem poucos [os concorrentes, porque] importa é que sejam bons", sublinhou.
Contudo, neste processo, a AMP conseguiu que a Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto (AMTP) volte a funcionar, estando previsto que ainda neste primeiro trimestre do ano "esteja em condições de trabalhar", afirmou.
O autarca adiantou ainda que a expansão da rede do metro e o aumento do Porto de Leixões são considerados dois projetos "âncora do plano estratégico da Área Metropolitana do Porto", que o CmP vai apresentar publicamente em fevereiro.
Este documento -- Estratégia Integrada de Desenvolvimento Territorial -- AMP 2020 -- aponta "as grandes linhas macropolíticas para a região, tendo em conta a aprovação dos programas comunitários, quer temático quer regional.
Para o porto de Leixões, em Matosinhos, que é considerado "uma prioridade" para a região, Hermínio Loureiro referiu que "tem também de haver fundos" para que aumente, tendo o ministro da Economia já mostrado "disponibilidade em procurar encontrar soluções".