Terra Peregrin quer Assembleias-Gerais próximas na data

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 10 dez (Lusa) - A Terra Peregrin, de Isabel dos Santos, quer em datas próximas as assembleias-gerais da PT SGPS sobre a sua Oferta Pública de Aquisição (OPA) e o negócio da Oi com a Altice, para garantir igualdade de oportunidades aos acionistas.

Em declarações à Lusa, fonte próxima da empresa veículo criada por Isabel dos Santos para a OPA sobre a PT SGPS sublinhou que "é fundamental para a transparência do processo" que aquela oferta "chegue ao mercado em igualdade de oportunidades com a proposta de ratificação do negócio da Oi com a Altice", até porque "constitui uma garantia dada por Isabel dos Santos aos acionistas" da empresa portuguesa "de que não são forçados a ser cúmplices do desmantelamento da Portugal Telecom".

"O pedido de marcação apressada de apenas uma dessas assembleias gerais, exactamente aquela que tem por único objetivo garantir um encaixe financeiro à companhia brasileira Oi, é uma tentativa desleal de condicionar as opções dos acionistas da PT SGPS e mais um sinal da forma brutal como os mesmos estão a ser tratados neste negócio opaco", disse.

As declarações surgem depois da divulgação do comunicado da administração da PT SGPS sobre a OPA da Terra Peregrin, que rejeita o preço proposto, de 1,35 euros por ação, ao afirmar que este "não reflete o valor intrínseco da empresa".

A administração da PT SGPS afirmou que os objetivos pretendidos "não são suficientemente claros" e mencionou "deficiências" nos documentos apresentados para a OPA, classificando-os como "incompletos e imprecisos" e "pouco claros em aspetos relevantes".

Como tal, a mesma fonte sublinha que deve ser dada aos acionistas portugueses da PT SGPS a oportunidade "em assembleias gerais próximas na data de pronunciarem-se em alternativa pelo consentimento à venda e desmantelamento da PT" ou pela OPA da Terra Peregrin "que mantém a unidade de empresa tão importante para a economia e o emprego de Portugal".

A fonte próxima de Isabel dos Santos lembra ainda que o comunicado do Conselho de Administração da PT SGPS "não tem efeitos práticos" e reforça que o relevante neste processo é a marcação das assembleias gerais extraordinárias que irão apreciar a venda da Portugal Telecom e a OPA.

Apesar disso, adiantou, a Terra Peregrin vai "estudar minuciosamente" o comunicado e conta divulgar os seus "comentários aprofundados num dos próximos dias".

Contudo, afirma que desde já e "apesar das muitas imprecisões, incorreções e tecnalidades expostas no documento", que "o Conselho de Administração não declara a oferta como hostil, ao contrário do que aconteceu na OPA de 2006/2007".

"É uma evidência, mas é também um sinal de que o Conselho de Administração da PT SGPS não conseguiu identificar na oferta argumentos contraditórios com os interesses dos acionistas daquela empresa", afirmou.

Por outro lado, a mesma fonte destaca que a análise do Conselho de Administração da PT SGPS incide sobretudo na questão do preço, sobre o qual considera que "o mercado deverá ter a última palavra", e "não valoriza convenientemente o projeto empresarial subjacente à OPA", lembrando que este passa pela manutenção do Grupo Portugal Telecom com centro de decisão em Portugal.

Por isso, diz que "essa aparente desvalorização" do projeto empresarial de Isabel dos Santos leva a Terra Peregrin "a reforçar os contactos com as partes interessadas da PT SGPS" de forma a mostrar a ambição do projeto empresarial que a empresa pretende para a PT caso venha a adquirir "uma posição relevante, embora minoritária e sem controle, na Oi".

"Os contactos que temos mantido convencem-nos que os acionistas da PT SGPS estão a olhar para a nossa oferta com abertura e crescente interesse e que reconhecem nela uma alternativa positiva e favorável face ao cenário de dispersão das suas participações no capital da Oi e desmantelamento do Grupo Portugal Telecom", afirmou.

"No final do dia", acrescentou, serão os acionistas "e não um Conselho de Administração que conduziu a empresa à sua situação atual, quem irá decidir o destino desta oferta".

Em 09 de novembro passado, a Terra Peregrin anunciou a sua intenção de comprar a PT SGPS, oferecendo mais de 1,21 mil milhões de euros pela totalidade da empresa portuguesa.

Na terça-feira à noite o Conselho de Administração da PT SGPS apontou ainda no seu comunicado que entre os vários aspetos considerados problemáticos está ainda o da "informação insuficiente sobre o financiamento" da OPA, "a limitação dos poderes e a atuação" da PT e a "insuficiência de informações sobre os planos estratégicos" de Isabel dos Santos para a PT.

A Terra Peregrin já disse que deixará cair a OPA caso os acionistas da PT SGPS aprovem a venda da PT Portugal à Altice.

JMG (RN)// ATR

Lusa/fim

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