Ricciardi diz que banco devia ter pedido ajuda ao Estado na altura da 'troika'

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 09 dez (Lusa) - O antigo administrador do BES José Maria Ricciardi considerou que, à luz do conhecimento que tem hoje, o banco devia ter pedido auxílio estatal, assegurando que o presidente Ricardo Salgado decidiu sozinho não recorrer à linha da 'troika'.

"Devia ter-se pedido ajuda ao Estado, tal como fizeram outras instituições", afirmou o banqueiro durante a sua audição na comissão de inquérito parlamentar ao caso BES, que está a decorrer hoje à noite na Assembleia da República.

Ricciardi sublinhou que, se tivesse sido pedida ajuda aop Estado, "não só o BES hoje em dia existiria, como ter-se-iam conseguido atacar outros problemas mais acima".

Questionado pelos deputados sobre quais os motivos que levaram o BES, do qual Ricciardi era administrador, a não pedir ajuda, o mesmo responsável admitiu que essa decisão possa estar relacionada com os problemas que na altura já se iam acumulando nas 'holdings' de topo do Grupo Espírito Santo (GES).

"Visto agora, se calhar a entrada do Estado para o banco exigiria uma transparência na gestão que não era compatível com a gestão que efetivamente se passava no BES. A decisão foi tomada pelo doutor Ricardo Salgado, que tomava as decisões de forma centralizada e completamente unilateral", vincou.

José Maria Ricciardi admitiu que, na altura, "não tinha consciência disso", mas que hoje "é evidente que era preferível ter ido pelo caminho da recapitalização [com recurso à linha de 12 mil milhões de euros da 'troika'], tal como fizeram os seus concorrentes diretos": BCP e Banco BPI, assim como o Banif.

"Seríamos mais pequenos, mas não teríamos esta vergonha", declarou Ricciardi, lamentando: "O desaparecimento do BES é uma perda, não só para o GES, mas para o país".

Banqueiro, que preside ao Banco Espírito Santo Investimento (BESI), adiantou os problemas das 'holdings' de topo do GES "poderiam ter sido facilmente resolvidos, caso tivessem sido atacados atempadamente".

"Começou com 180 milhões de euros de desvios em 2008 e acabou com 3 mil milhões de euros. Inicialmente, era um assunto que era perfeitamente possível resolver", realçou.

DN/PPF // ARA

Lusa/Fim

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