Banco de Portugal prorrogou por 12 meses início de atividade do Banco Postal
Porto Canal / Agências
Lisboa, 27 nov (Lusa) - Os CTT -- Correios de Portugal informaram hoje que o Banco de Portugal (BdP) deliberou prorrogar por um período adicional de 12 meses o prazo para o Banco Postal iniciar a sua atividade.
De acordo com a informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os CTT referem que "a autorização para a constituição do Banco Postal, concedida a 27 de novembro de 2013, sujeita a um conjunto de condições, encontra-se assim válida até 27 de novembro de 2015 e sujeita às mesmas condições".
Os Correios de Portugal consideram que "esta prorrogação permite aos CTT prosseguirem com a estratégia de criação do Banco Postal nos termos descritos na apresentação de resultados de 04 de novembro passado, dia em que o Conselho de Administração dos CTT decidiu aprovar a criação do Banco Postal, tendo solicitado a prorrogação do prazo agora concedida".
Nessa data, a administração dos CTT anunciou a aprovação do lançamento do Banco Postal, frisando na altura que a conclusão do processo dependia de uma "atualização do projeto submetido ao BdP e da sua apresentação" pelos Correios a esta instituição.
Em matéria de investimento, o objetivo é "implementar um plano de negócios e contas previsionais ao abrigo dos quais as exigências de capital sejam de até 85 milhões de euros em três anos e até 100 milhões de euros em cinco anos", e "sem necessidade de capital adicional" a partir daí, revelaram na altura os Correios de Portugal.
A 05 de agosto de 2013, os CTT haviam submetido um pedido ao BdP para a concessão de uma licença para criação do Banco Postal.
A 27 de novembro, o banco central emitiu uma autorização para a criação da entidade, autorização sujeita contudo a "um conjunto de condições e requisitos, designadamente à reafirmação, por parte dos novos acionistas dos CTT, de que o projeto do banco postal será implementado nos termos em que foi submetido e apreciado pelo BdP".
A autorização da criação da instituição financeira deu-se portanto em novembro, mas o Banco Postal só foi aprovado pela administração dos Correios a 04 de novembro.
A licença bancária pedida pelos CTT teve por objetivo "reter a maior flexibilidade possível no que toca ao desenvolvimento futuro do segmento de negócio de serviços financeiros", diz a empresa em nota de novembro de 2013.
A convicção de que os Correios ficariam valorizados se houvesse uma licença bancária é já antiga e esteve inclusive na origem da tentativa de criação de um Banco Postal no final dos anos 90, através de uma parceria dos CTT e da Caixa Geral de Depósitos, um projeto que viria a falhar.
Mais tarde, em 2005, quando os CTT tentaram criar o Banco Postal com o Banif o projeto voltou a falhar, depois de assembleia-geral dos Correios não ter aprovado o acordo.
Os Correios foram processados pelo Banif, então liderado por Horácio Roque, que acusou os CTT de quebra de acordo.
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