Stock da Cunha acredita no cumprimento dos rácios mínimos de capital do Novo Banco

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 27 nov (Lusa) - O presidente do Novo Banco, Eduardo Stock da Cunha, revelou hoje que está "confiante" quanto à solidez do balanço inicial da entidade, que será divulgado em breve, e que o mesmo vai demonstrar a suficiência dos rácios mínimos de capital.

"Claro que estou confiante [quanto ao balanço de abertura]. Ele vai sair nos próximos dias e vai sair de acordo com aquilo que nós esperamos, ou seja, vamos estar perante um banco que vai ser capaz de assumir a sua função de financiamento à economia portuguesa e de ser um bom sítio para os portugueses terem os seus depósitos", afirmou aos jornalistas o gestor, à margem de um evento em Lisboa.

Questionado sobre se não vai ser preciso injetar mais capital no Novo Banco e se os rácios vão ser suficientes para cumprir os requisitos mínimos das autoridades de supervisão, Stock da Cunha afastou esse cenário.

"Os rácios vão ser cumpridos", garantiu o responsável, naquelas que foram as suas primeiras palavras em público desde que assumiu a liderança do banco de transição resultante da intervenção pública no Banco Espírito Santo (BES), no início de agosto.

"O que eu estou preocupado e focado no Novo Banco, todos os dias, é em recuperar o 'franchise', aumentar o valor do banco, recuperar depósitos, continuar a fazer fluir o crédito na economia, e já estamos a fazer isso", sublinhou.

E realçou: "Acabaram de ouvir da parte do senhor ministro [da Economia] que o Novo Banco, tal como o rendimento, como dissemos na nossa campanha publicitária, voltou".

Segundo Stock da Cunha, o Novo Banco "está aqui para ajudar as empresas e os particulares portugueses e isso é que é importante neste momento".

Face às notícias da atualidade, dominadas pelas buscas feitas pela Polícia Judiciária (PJ) a diversos locais no âmbito do caso BES, Stock da Cunha assinalou que os "assuntos do BES, são do BES".

Quanto aos "assuntos de colaboração com a Justiça, é evidente que a resposta é sim", acrescentou, reforçando a disponibilidade que já tinha assumido aos órgãos de comunicação social momentos antes para colaborar nas diligências judiciais em curso.

"Tanto quanto eu sei, como eu disse desde o princípio, porque é a verdade, não estamos a falar de assuntos do Novo Banco, no que diz respeito a esse tema da Justiça, estamos a falar de assuntos do BES", vincou o responsável.

"Do Novo Banco, tudo o que eu tenho para dizer, é que estamos a recuperar, estamos a aumentar os nossos depósitos, estamos a dar crédito e estamos muito contentes com o que estamos a fazer e as nossas equipas estão motivadas", frisou.

E concluiu: "Continuamos a ouvir todos os dias, por parte dos nossos clientes, que querem que nós voltemos para continuar a ser o que sempre fomos: um pilar de financiamento à economia portuguesa".

A PJ está hoje a realizar buscas domiciliárias e não domiciliárias no âmbito de um processo-crime que envolve o BES, disse à Lusa fonte policial.

A mesma fonte adiantou que a operação decorre na zona da grande Lisboa, pressupõe cerca de 60 buscas domiciliárias e não domiciliária e envolve cerca de 200 inspetores da PJ.

O processo, que decorre no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), foi instaurado após uma participação do Banco de Portugal.

Após rebentar o chamado caso BES, a PGR criou uma equipa especial para investigar as alegadas irregularidades e os ilícitos criminais na gestão daquele banco, sendo a equipa multidisciplinar constituída por magistrados do DCIAP, elementos da Autoridade Tributária, da PJ e dos reguladores - Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e Banco de Portugal.

A 03 de agosto, o BdP tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.

DN (CC/FC) // ATR

Lusa/fim

+ notícias: Economia

Más notícias para o crédito à habitação. Taxas Euribor com novas alterações

A taxa Euribor subiu hoje a três, a seis e a 12 meses face a terça-feira.

Eis a chave do EuroDreams desta quinta-feira

Já é conhecida a combinação vencedora do EuroDreams desta quinta-feira.

Bruxelas elogia cortes "permanentes de despesa" anunciados pelo Governo

A Comissão Europeia saudou hoje o facto de as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro se basearem em "reduções permanentes de despesa" e destacou a importância de existir um "forte compromisso" do Governo na concretização do programa de ajustamento.