Novo padre de Canelas, Gaia, sai escoltado pela GNR e sob protestos da população
Porto Canal
O novo padre de Canelas, Vila Nova de Gaia, voltou hoje a sair da igreja escoltado pela GNR e sob protestos da população, que quer o regresso do antigo pároco, destituído pela Diocese do Porto.
Desde que o padre Albino Reis tomou posse, a 09 de novembro, centenas de populares concentram-se, domingo após domingo, à porta da Igreja de Canelas, não assistindo à Eucaristia, assobiando e gritando "o padre é só um, Roberto e mais nenhum", obrigando a intervenção policial.
A decisão de afastar o padre Roberto de Sousa da paróquia de Canelas foi tomada em finais de julho pela Diocese do Porto, tendo chegado a haver um recuo a meio de setembro, mas a determinação ficou concretizada no início de novembro.
Por este motivo, a população de Canelas decidiu não assistir às homílias enquanto não obtiver uma explicação "legítima" pela Diocese do Porto e os catequistas, leitores, acólitos e ministros de comunhão demitiram-se das suas funções, afirmou hoje à Lusa o responsável pelo movimento "Uma Comunidade Reage!", Miguel Rangel.
Agora, os habitantes de Canelas estão a recolher testemunhos para um livro a oferecer ao padre destituído, num jantar agendado para 06 de dezembro, numa homenagem aos oito anos de "dedicação" à paróquia.
Ao longo de meses, o movimento "Uma Comunidade Reage!" organizou um cordão humano, uma vigília, uma marcha silenciosa e recolheu 5.800 assinaturas para um abaixo-assinado que, posteriormente, entregou ao bispo do Porto numa reunião.
O bispo do Porto, António Francisco dos Santos, em anterior comunicado enviado à Lusa, divulgou que pediu ao padre Roberto de Sousa para assumir "uma nova missão" na Vigariaria de Lousada ou do Marco de Canaveses.
O sacerdote salientou que ao deixar Canelas não queria assumir trabalho paroquial, preferindo ser capelão militar ou hospitalar, frisou António Francisco dos Santos.
E acrescentou: "quero que o Padre Roberto sinta que procuro o seu bem, que atendo à sua proposta, feita no primeiro encontro que teve comigo, e que acredito que irá fazer do seu melhor no novo trabalho que me disse gostar. Manifestei-me disponível para a partir de 30 de outubro fazer o decreto de nomeação e lhe conferir posse do novo múnus".