Terceiro dia de audições foi 'embalado' pelos argumentos políticos

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 19 nov (Lusa) - O terceiro dia consecutivo de audições na comissão de inquérito ao caso BES contou com as presenças de dois ministros das Finanças, a atual e Teixeira dos Santos, tendo Maria Luís Albuquerque assumido naturalmente o papel principal.

Primeiro foi ouvido o antigo ministro de José Sócrates, Fernando Teixeira dos Santos, que esteve ligado à decisão de nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN) em 2008, e passou cerca de três horas à disposição dos deputados que integram a comissão.

Já a atual ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, esteve 'embalada' a responder a questões sucessivas por parte dos deputados dos vários grupos parlamentares durante seis horas.

E se houve expressão que hoje ganhou protagonismo foi o "embalo semântico", lançada pela deputada bloquista Mariana Mortágua para espicaçar a governante numa altura quente da audição.

A ideia era transmitir que a ministra se apresentou hoje no parlamento com um discurso bem ensaiado, mas repetitivo.

A resposta de Maria Luís Albuquerque não se fez esperar: "Isto não é um embalo semântico. É um reporte", lançou à primeira oportunidade.

Em termos de conteúdo, a discussão teve como base a medida de resolução aplicada pelo Banco de Portugal ao BES, as suas implicações e os porquês de não terem sido seguidas outras opções.

O próprio presidente da comissão, o deputado social-democrata Fernando Negrão, puxou da necessidade de todos os que participavam nos trabalhos terem um "embalo lúdico", leia-se, um intervalo a meio da tarde.

O responsável fechou os trabalhos com uma referência bem-disposta à maratona de audições que marcou os três primeiros dias de audições da comissão de inquérito.

"Tenho a certeza de que amanhã todos sentiremos falta de termos audições", disse Negrão, provocando o riso generalizado na sala.

As audições só serão retomadas na próxima semana, estando de momento apenas prevista a sessão de trabalho com o presidente do Fundo de Resolução, e vice-governador do Banco de Portugal, José Ramalho, que era para ter sido ouvido na segunda-feira, mas cuja audição teve que ser adiada devido ao prolongamento da sessão com o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.

A comissão de inquérito arrancou na segunda-feira (dia 17 de novembro) e terá um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado, tendo por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".

A 03 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.

DN/PPF // JPS

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