BE acusa Governo de querer transformar Segurança Social em negócio privado

| Política
Porto Canal / Agências

Braga, 19 nov (Lusa) - A coordenadora do Bloco de Esquerda Catarina Martins acusou hoje, em Braga, o Governo de querer transformar a Segurança Social "num negócio privado" e apelou ao levantamento dos portugueses para evitar esse "desastre".

"O que está em marcha são despedimentos para que a Segurança Social (SS) passe a ser um negócio privado, com a privatização das suas funções, e isso é completamente inaceitável", referiu.

Catarina Martins falava durante uma manifestação contra o "despedimento" de mais de meia centena de trabalhadores do Centro Distrital de SS de Braga, num protesto que que juntou cerca de 400 pessoas.

Em todo o país, são cerca de 700 trabalhadores da SS que vão para a "requalificação", uma palavra que para Catarina Martins é sinónima de "despedimento".

"O que o ministro Pedro Mota Soares anunciou é que quer despedir 700 trabalhadores da Segurança Social. Podem chamar-lhe os nomes que quiserem, mas estas pessoas vão ficar com o salário reduzido a 60 por cento e passado um ano a 40 por cento. Estamos a falar de um despedimento maciço na Segurança Social", afirmou.

A líder bloquista sublinhou que os trabalhadores que agora vão para a requalificação são "pessoas de que a Segurança Social e o país precisam" e "têm funções atribuídas", apontando o exemplo de Braga, em que são visados técnicos que lidam com os processos relacionados com as comissões de proteção de menores e o tribunal de menores, com a adoção e com as amas.

"Não podemos aceitar que um país que já tanto fragilizou famílias, com o desemprego, o empobrecimento e os cortes dos salários, vá agora até no fim da linha, quando as famílias mais precisam da Segurança Social, retirando os técnicos que acompanham as nossas crianças", criticou.

Catarina Martins apelou ao "levantamento" dos portugueses para impedirem os despedimentos e o "desastre" que seria a privatização da Segurança Social.

"Se não nos levantarmos contra estes despedimentos, outros se seguirão e o país verá a Segurança Social transformada num negócio", disse ainda.

Na manifestação de hoje, marcou presença a ex-diretora do Centro Distrital de Segurança Social de Braga, Maria do Carmo Antunes, que afirmou que aquele organismo tem "falta de gente".

"Há pouca gente para as funções que a Segurança Social tem, já no meu tempo havia. Estão pessoas a entrar e a despedir outras?", questionou.

Maria do Carmo Antunes foi diretora daquele centro regional durante 6 anos e meio, deixando o cargo em novembro de 2011.

VCP // SMA

Lusa/fim

+ notícias: Política

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".

Austeridade: programa de rescisões poderá conter medida inconstitucional - jurista

Redação, 06 mai (Lusa) - O especialista em direito laboral Tiago Cortes disse hoje à Lusa que a constitucionalidade da medida que prevê a proibição do trabalhador do Estado que rescinde por mútuo acordo voltar a trabalhar na função Pública poderá estar em causa.