PCP e BE mais críticos do que PS face à escolha de relactor da comissão

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 19 nov (Lusa) - Os grupos parlamentares mais à esquerda criticaram que os partidos da maioria tenham avançado em concordância para a eleição de Pedro Saraiva (PSD) para relator, enquanto o PS desejou correspondência entre o relatório final e os trabalhos da comissão.

"Veríamos aqui com bons olhos que o relator fosse Mariana Mortágua [BE] ou Manuel Tiago [PCP]. O próprio PS assumiria com muito agrado essa possibilidade, mas a maioria dos deputados presentes é que elege o relator", afirmou o deputado socialista Pedro Nuno Santos

O parlamentar garantiu que o PS não parte com "nenhuma desconfiança" face à eleição de Pedro Saraiva para relator da comissão de inquérito ao caso BES, desejando que o deputado social-democrata faça um trabalho "imparcial".

E admitiu a possibilidade de as regras que regem a eleição de relatores para as comissões de inquérito parlamentares serem repensadas.

Já o deputado do PCP Miguel Tiago considerou um "mau pronuncio que, numa comissão de inquérito em que já está representada a maioria pela sua própria composição, o relator também seja da maioria".

Mostrando a sua disponibilidade para desempenhar as funções de relator, Miguel Tiago sustentou que a inclusão de um relator que não fosse da maioria daria mais profundidade a esta comissão de inquérito.

"Não é por causa do senhor deputado em causa. Mas devido ao enquadramento político", justificou, assegurando, contudo, a total disponibilidade do PCP para colaborar com o relator.

Quanto ao Bloco de Esquerda, a deputada Mariana Mortágua vincou que está em desacordo com a escolha de um parlamentar do PSD para o cargo de relator.

"Discordamos que o cargo de relator caiba à maioria em mais uma comissão de inquérito. A partir do momento em que a maioria propõe um relator, cabe-nos dizer que discordamos e apresentar a nossa disponibilidade, sabendo que não deve ter efeito", sublinhou.

A comissão de inquérito arrancou na segunda-feira (dia 17 de novembro) e terá um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado, tendo por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".

A 03 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.

DN/PPF // CSJ

Lusa/fim

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