Reinício da obra na Autoestrada do Marão é oportunidade de trabalho para muitos

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Porto Canal / Agências

Vila Real, 18 nov (Lusa) -- O reinício dos trabalhos na Autoestradas do Marão, que inclui um túnel com quase seis quilómetros, transformou-se numa oportunidade de trabalho para centenas de pessoas, algumas desempregadas e outras que puderem agora regressar a casa.

Desde o dia 23 de setembro que se fazem os preparativos ao longo da autoestrada, separada em três empreitadas, com vista ao recomeço da obra que estava parada desde 27 de junho de 2011.

O dia de hoje é, segundo André Oliveira, coordenador da obra do Túnel do Marão, "um marco" na medida em que se reiniciam os trabalhos de escavação.

Neste momento falta abrir cerca de quatro quilómetros, no total das quatro bocas de túnel (duas do lado poente e duas do lado nascente).

Os trabalhos iniciam-se com as perfurações na rocha, onde serão colocados os explosivos para depois ser feita a detonação.

"Temos quatro frentes de trabalho em cada uma das bocas, dos túneis, e prevemos ter avanços médios de 4,5 metros em cada uma, o que nos permite projetar o encontro do lado poente para um prazo à volta dos 222 dias", acrescentou André Oliveira.

Em pico de obra, nas três empreitadas - ligação A4 (Amarante) ao Túnel do Marão, Túnel do Marão e Túnel do Marão a Parada de Cunhos (Vila Real) - deverão estar a trabalhar mais de 900 pessoas, cerca de 400 das quais estarão afetas ao túnel.

Muitos destes trabalhadores estão a ser contratados na zona.

No túnel trabalham, neste momento, à volta das 200 pessoas.

Ivo Pinheiro, residente da Campeã, freguesia de Vila Real, estava desempregado há três meses e não hesitou quando surgiu a oportunidade de trabalhar e de, ainda por cima, trabalhar perto de casa.

A construção da autoestrada deverá estar concluída em dezembro do próximo ano, prevendo-se a sua abertura ao tráfego em 2016.

É um ano de trabalho mas, segundo frisou Ivo Pinheiro, enquanto há emprego tem "que se aproveitar". E quem sabe, acrescentou, se não poderá ajudar para o futuro.

Hugo Araújo, do Peso da Régua, regressou agora a esta obra onde trabalhou antes da suspensão dos trabalhos.

Em junho de 2011 ficou desempregado e teve que arranjar emprego em outras obras e mostrou-se extremamente satisfeito por poder voltar a trabalhar neste empreendimento. "É perto de casa. É o maior túnel da Península Ibérica. É também um orgulho para quem trabalha aqui", salientou.

Fernando Silva está também de regresso a casa. Começou a trabalhar numa das empresas que estavam afetas ao Túnel do Marão e com a paragem seguiu com a empresa para outra obra.

"É melhor trabalhar perto de casa. Ao menos vou todos os dias a casa", sublinhou.

Estes trabalhadores salientaram também a importância da autoestrada para a economia local e para a ligação, mais rápida e segura, deste interior ao litoral do país.

As três empreitadas representam um investimento total de 146 milhões de euros.

No final da obra, esta autoestrada irá representar um custo total na ordem dos 350 milhões de euros.

O presidente da EP, António Ramalho, já disse que a proposta de portagem para os cerca de 26 quilómetros da Autoestrada do Marão se situa entre o 1,85 e 2,25 euros, um valor que disse ser "substancialmente mais baixo" do previsto inicialmente, que era de três euros.

Desde o início da empreitada, no verão de 2009, as obras foram suspensas três vezes, sendo que, da primeira vez, o foram apenas na escavação do túnel e por causa de duas providências cautelares interpostas pela empresa Água do Marão.

Depois, a construção em toda a extensão da autoestrada parou a 27 de junho de 2011 e, dois anos depois, a obra foi resgatada pelo Estado.

PLI // JGJ

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