FMI também contraria Governo e antecipa défices acima de 3% pelo menos até 2016

FMI também contraria Governo e antecipa défices acima de 3% pelo menos até 2016
| Economia
Porto Canal

O FMI piorou hoje as previsões para o défice orçamental português, esperando que fique acima dos 3%, pelo menos, até 2016 e antecipando que seja de 5% este ano e de 3,4% em 2015, acima das estimativas do Governo.

Na primeira missão de monitorização pós-programa, seis meses após a conclusão do resgate internacional, o Fundo Monetário Internacional (FMI) mostra-se mais pessimista do que estava durante o resgate quanto à evolução das contas públicas de Portugal, de acordo com uma nota relativa aos resultados desta missão, hoje divulgada.

No documento, o Fundo antecipa que o défice orçamental deste ano fique nos 5%, numa previsão que inclui, entre outros, os efeitos de medidas 'one-off' do setor empresarial do Estado (a inclusão de empresas públicas no perímetro das administrações públicas que decorre das mudanças contabilísticas europeias) e do setor financeiro (a capitalização do Novo Banco).

Durante o Programa de Assistência Económica e Financeira, o Governo tinha-se comprometido com uma meta de défice de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, mas reviu esta estimativa para os 4,8% na notificação do Procedimento dos Défices Excessivos enviada a Bruxelas, a 30 de setembro, a primeira vez em que Portugal reportou contas ao abrigo do novo Sistema Europeu de Contas (SEC2010).

Para 2015, o FMI está também mais pessimista do que o executivo de coligação PSD/CDS-PP, prevendo que o défice orçamental de Portugal fique nos 3,4% do PIB, acima dos 2,7% definidos na proposta de Orçamento do Estado para 2015, apresentada pelo Governo a 15 de outubro.

A instituição liderada por Christine Lagarde espera que Portugal continue com um défice superior a 3% do PIB (e portanto dentro do Procedimento dos Défices Excessivos da União Europeia) não só em 2015, mas também em 2016, ano em que antecipa que o défice orçamental seja de 3,3%.

+ notícias: Economia

Bruxelas elogia cortes "permanentes de despesa" anunciados pelo Governo

A Comissão Europeia saudou hoje o facto de as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro se basearem em "reduções permanentes de despesa" e destacou a importância de existir um "forte compromisso" do Governo na concretização do programa de ajustamento.

Bruxelas promete trabalhar "intensamente" para conluir 7.ª avaliação

Bruxelas, 06 mai (Lusa) -- A Comissão Europeia está empenhada em trabalhar "intensamente" para terminar a sétima avaliação à aplicação do programa de resgate português antes das reuniões do Eurogrupo e do Ecofin da próxima semana, mas não se compromete com uma data.

Euribor sobe a três meses e mantém-se no prazo de seis meses

Lisboa, 06 mai (Lusa) -- A Euribor subiu hoje a três meses, manteve-se inalterada a seis meses e desceu a nove e 12 meses, face aos valores fixados na sexta-feira.