AIMinho acusa autarca de Viana de ferir "lealdade e respeito" pela CCDRN
Porto Canal / Agências
O presidente da Associação Industrial do Minho acusou o autarca de Viana do Castelo de ferir a "lealdade e respeito" da Comissão de Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) a propósito da distribuição dos próximos fundos comunitários.
"Tendo em conta a forma como o processo tem decorrido entre o Conselho Regional do Norte [órgão consultivo da CCDRN] e a CCDRN, consideramos que a sua atitude fere a lealdade e o respeito, não só para com os membros daquele Conselho Regional, mas também com a forma exemplar e transparente como a Presidência da CCDRN conduziu este processo até ao momento", lê na carta enviada por António Marques a José Maria Costa, a que a agência Lusa hoje teve acesso.
A posição de "desagrado" do dirigente empresarial e membro daquele Conselho surge na sequência da contestação assumida nos últimos dias pelo presidente da Câmara de Viana do Castelo e líder da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho contra a redução de verbas destinadas à região Norte.
A Lusa tentou contactar o autarca socialista, mas não foi possível obter a reação de José Maria Costa.
Na missiva dirigida ao autarca, António Marques, afirmou ser seu "dever institucional", enquanto representante de uma associação empresarial e membro do Conselho Regional do Norte, apelar ao "bom senso" do autarca de Viana e líder da CIM por ter utilizado "o espaço público, de forma agitadora e nada condizente, com as suas intervenções" naquele órgão consultivo.
Em causa, segundo José Maria Costa, está a "redução" de 43%, cerca de "200 milhões de euros, de fundos comunitários para a região Norte, enquanto a região de Lisboa cresce 73%", tal como disse constar do mapa da Agência para o Desenvolvimento e Coesão, divulgado pela Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP).
Na segunda-feira, José Maria Costa revelou que está "mobilizar" as congéneres do Norte, Centro e Alentejo para contestar a distribuição de fundos do novo quadro comunitário anunciada pelo Governo.
Adiantou ter solicitado uma "reunião urgente" ao ministro do Desenvolvimento Regional, após ter feito o mesmo, sábado, junto do Conselho Regional do Norte, órgão consultivo da Comissão de Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN).
Caso o Governo "não inverta rapidamente a situação" garantiu que a CIM do Alto Minho irá fazer "uma participação em Bruxelas por incumprimento do Governo português dos objetivos que estavam definidos para as regiões".