A limitação das remunerações dos administradores do Novo Banco é um incentivo para que seja vendido o rapidamente possível, segundo Bruxelas.

A Comissão Europeia divulgou esta semana a documentação relativa à aprovação do resgate ao BES e da constituição do Novo Banco. Aí, aparece referido que “o banco de transição [Novo Banco] e o 'bad bank' [BES] aplicarão estritas políticas de remuneração dos executivos".

Segundo a carta assinada pelo vice-presidente da Comissão Europeia Joaquim Almunía, essa medida funcionará como um "incentivo" para que os responsáveis das duas entidades vendam os ativos "o mais rapidamente possível".

Já de acordo com os compromissos assumidos pela ministra das Finanças no âmbito deste processo, e divulgados também esta semana pela Comissão Europeia, o Novo Banco não poderá pagar a qualquer funcionário uma remuneração anual total (incluindo salário , contribuição para a pensão e bónus) superior a 15 vezes o salário médio dos empregados, isto durante o primeiro ano de atividade.

No segundo ano, o limite reduz-se para o máximo de 10 vezes o salário médio dos trabalhadores da instituição.

No domingo 03 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES e anunciou a separação da instituição em duas entidades. No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os chamados ativos e passivos 'tóxicos' do BES, caso da participação no BES Angola. No 'banco bom', o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.

O Novo Banco foi capitalizado com 4.900 milhões de euros através do Fundo de Resolução bancário. Deste valor, 3.900 milhões de euros foram emprestados pelo Estado, que foi buscar à linha da ‘troika’ criada para suportar problemas em bancos.

Após a renúncia de Vítor Bento, o Novo Banco é agora liderado por Eduardo Stock da Cunha, cuja uma das missões é preparar o banco para a alienação.