Diferentes gerações têm preocupações semelhantes, exceto na política

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 16 out (Lusa) - Um estudo sobre as expetativas das três gerações que estão na vida ativa em Portugal revela que as suas preocupações são semelhantes, apenas divergindo em questões de política e segurança nacional.

A desigualdade social é a questão que apresenta um maior nível de coincidência nas preocupações sociais entre gerações, refere o estudo "Interação entre Gerações no Mundo Empresarial: Desafios e Oportunidades", que vai ser divulgado no encontro "De Portugal para o mundo: roteiros de crescimento", que decorre na sexta-feira em Lisboa.

Promovido pela AESE - Escola de Direção e Negócio, o estudo contou com as respostas de 4.150 pessoas de três gerações: Millennials (<35 anos), Geração X (35 <50 anos) e BabyBoomers (> 50 anos) e teve como objetivo caracterizar o perfil de cada geração, através da identificação dos seus interesses, valores e preocupações.

Em declarações à agência Lusa, a autora da investigação, Fátima Carioca, explicou que o estudo pretendeu "conhecer as diferentes gerações que estão na vida ativa e compreender como é que elas convivem, colaboram e aprendem em conjunto nas organizações".

Pretendeu também analisar a perspetiva intergeracional para "compreender as principais barreiras e oportunidades na convivência das várias gerações nas organizações", adiantou Fátima Carioca.

Uma das principais conclusões do estudo foi que, "quer o perfil das gerações, quer a forma como se relacionam, evidenciavam sinais de uma evolução geracional fluída e contínua e que leva uma tendência para a valorização mútua entre gerações", sublinhou.

Segundo Fátima Carioca, os interesses "acabam por ser muito semelhantes" entre as três gerações: "Há uma clara convergência entre gerações, que provavelmente é reveladora de vivências semelhantes".

As várias gerações, nomeadamente a dos maiores de 50 anos e a dos menores de 35 anos, equacionam a possibilidade de irem trabalhar para outro país, o que a investigadora considera que é característico de Portugal, um país de emigração, e do momento que o país está a atravessar.

Em termos laborais, a geração Millennial é que apresenta maior confiança nas suas capacidades e na flexibilidade do mercado de trabalho, com mais de metade a acreditar que estarão a trabalhar noutra empresa, dentro de três a cinco anos.

Apesar de todas as gerações se relevarem seguras relativamente ao que desejam para o seu futuro, os Baby-Boomers são os que apresentam maior grau de autoconhecimento e de autoconfiança.

Fátima Carioca observou que "a relação com a política é nitidamente diferente nas várias gerações, com uma maior proximidade e interesse pela política nas gerações mais velhas".

O estudo também revela que "as grandes causas relacionadas com o bem-comum mobilizam as gerações transversalmente", salientou.

A diferença, por exemplo, para os Millennials é que as suas causas, embora sociais e solidárias, têm muitas vezes uma dimensão mais global (ex. a sustentabilidade ambiental).

Para a autora do estudo, a adequação da vivência política e das estruturas políticas às novas gerações é um dos maiores desafios em termos de sociedade, com a atualidade a exigir "um novo paradigma cultural e, consequentemente, de política".

Sobre o perfil das três gerações, o estudo aponta que os Millennials são otimistas em relação ao futuro, extremamente informais mas exigentes face às suas lideranças, vivendo com sobrecarga de informação, sempre conectados à internet, mas com dificuldade em fazer a correlação de conteúdos.

Já a Geração X procura o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, caracterizando-se pela resiliência e adaptabilidade, sendo céticos politicamente.

Os Babyboomers são fiéis às entidades empregadoras e valorizam o 'status' e o crescimento profissional, tendencialmente revelam-se bastante exigentes com as gerações mais novas.

HN // SO

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