UGT saúda baixa do desemprego, mas quer saber se os empregos criados são precários
Porto Canal / Agências
Lisboa, 30 set (Lusa) -- O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, considerou hoje importante a baixa da taxa de desemprego, mas destacou que é preciso esperar pelos próximos meses para ver se os números refletem o trabalho sazonal e o emprego precário.
A taxa de desemprego em Portugal ficou nos 14% em agosto, o mesmo valor registado em julho, enquanto em termos homólogos cedeu 2,1 pontos percentuais, a segunda maior queda da União Europeia, divulgou hoje o Eurostat.
Carlos Silva considerou que "o abaixamento dos números do desemprego é um fator importante" e "poderá significar, ainda que poucochinho, um aumento para o crescimento económico e para a capacidade de as empresas oferecerem emprego".
"Nós compreendemos a questão sazonal. Este ano foi um ano excecional para o turismo e para a restauração e se os números [de desemprego] aumentarem em novembro e no início do ano, naturalmente que se dá razão àqueles que afirmaram que isto foi uma questão sazonal e que se apostou na precariedade das relações de trabalho", disse.
O dirigente sindical lamentou que "muito do emprego" criado "nos últimos três anos" seja "um trabalho precário, com pouca qualidade".
"Nós falamos em trabalho digno, mas o que muitas entidades patronais têm apostado é no trabalho precário, nos baixos salários e olham para o trabalhador como um número, como matéria descartável", considerou.
A taxa de desemprego de 14% em agosto compara com os 16,1% registados há um ano atrás e uma manutenção face aos também 14% de julho deste ano, quando tinha caído ligeiramente em relação aos 14,1% de junho. O desemprego jovem registou uma ligeira subida.
Quanto ao desemprego jovem, Portugal conheceu entre julho e agosto deste ano um ligeiro aumento, ao passar de 35,5% para 35,6%, mantendo-se como uma das maiores taxas entre os países europeus. Em agosto do ano passado, o desemprego atingia 37,1% dos jovens portugueses até aos 25 anos.
RCS (IM)// ATR
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