Tribunal deu como provados crimes relativos aos arguidos Armando Vara e José Penedos no processo Face Oculta
Porto Canal
O coletivo dos juizes do caso "Face Oculta", na leitura do acórdão do julgamento, que está a decorrer no Tribunal de Aveiro, já deu como provados factos criminais relativos aos arguidos Armando Vara e José Penedos.
O antigo ministro e ex-vice-presidente do BCP Armando Vara está acusado de três crimes de tráfico de influência, enquanto o ex-presidente da REN (Redes Energéticas Nacionais) José Penedos, responde por duas acusações de corrupção e outras duas de participação económica em negócio.
O coletivo de juízes presidido por Raul Cordeiro deu ainda como provada a associação criminosa da "rede tentacular" do sucateiro Manuel Godinho que tinha como objectivo conseguir favorecimentos em concursos para levantamentos de resíduos a troco de contrapartidas.
O julgamento do processo de corrupção chega hoje ao fim com a leitura do acórdão final, quase três anos depois de ter começado.
Na sessão, estão presentes 24 dos 36 arguidos, incluindo Armando Vara e Manuel Godinho, destacando-se a ausência de José Penedos, que justificou a falta com a necessidade de acompanhar a mulher, que se encontra doente.
O processo "Face Oculta" envolve 36 arguidos que estão acusados pelo Ministério Público (MP) de centenas de crimes de burla, branqueamento de capitais, corrupção e tráfico de influências.
Nas alegações finais, o MP pediu a condenação de todos os acusados, defendendo a aplicação de penas de prisão efetivas para 16 arguidos, incluindo Armando Vara, José Penedos, Paulo Penedos e Manuel Godinho, e penas suspensas para os restantes.
Todos os advogados de defesa pediram a absolvição dos arguidos por insuficiência de provas.