Sindicatos avançam que greve de dois dias dos enfermeiros de Viana tiveram 75% de adesão
Porto Canal / Agências
Viana do Castelo, 29 ago (Lusa) - A greve dos enfermeiros do hospital de Viana do Castelo registou, nos dois dias, uma adesão total de 75% o que, segundo fonte sindical, refletiu o "descontentamento" pela "extrema carência" destes profissionais e consequente "sobrecarga" de horários.
"Foi uma excelente adesão tendo em conta os objetivos destes dois dias de greve que era alertar a população para a falta de condições de trabalhos destes profissionais de saúde. As pessoas ficaram alertadas para a diminuição do número de enfermeiros por turnos e nos serviços e equipas do hospital", adiantou à Lusa Guadalupe Simões, da direção nacional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
Segundo o SEP, a Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) emprega atualmente 804 enfermeiros quando "deveria dispor de 1.200.
Guadalupe Simões adiantou que hoje, segundo e último dia de greve, nos três turnos, registou-se uma adesão de 78%.
A sindicalista explicou que no hospital distrital de Viana, no "bloco operatório, só funcionou a sala de urgência".
Os centros de saúde de Viana do Castelo e Monção registaram uma adesão de 100% e no de Vila Nova de Cerveira "apenas um enfermeiro foi trabalhar".
Na quinta-feira, primeiro dia de greve, no turno da manhã, registou uma adesão de mais 86%.
A Lusa tentou a ouvir a administração da ULSAM, o que não foi possível até ao final da tarde.
Segundo a dirigente do SEP, a "extrema carência" de enfermeiros na ULSAM decorre da "posição do conselho de administração que não faz contratos de substituição dos enfermeiros aposentados e da política do Governo que não autoriza a contratação de pessoal".
De acordo com a dirigente sindical, "em média a maioria dos enfermeiros do hospital de Viana está a fazer mais 50 a 60 horas por mês".
A ULSAM integra dois hospitais, situados em Viana do Castelo e Ponte de Lima, e 13 centros de saúde.
O hospital de Viana do Castelo serve cerca de 244 mil pessoas dos dez concelhos do distrito e algumas populações vizinhas do distrito de Braga.
Segundo dados de 2011 da ULSAM, trabalhavam nos hospitais de Viana do Castelo e Ponte de Lima, além de 13 centros de saúde, em todo o distrito cerca de 2.600 funcionários.
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