Afinal, Torre “fantasma” de Campanhã ainda pode ser hospital

Afinal, Torre “fantasma” de Campanhã ainda pode ser hospital
Porto Canal
| Porto
Porto Canal

O grupo Trofa Saúde garante que mantém o interesse em abrir um hospital na torre de 13 andares construída junto à VCI, na zona do Estádio do Dragão. Sem revelar mais detalhes, fonte do grupo explica ao Porto Canal que o projeto inicial se mantém e que vai lutar em tribunal para conseguir abrir a primeira unidade hospitalar da empresa no concelho do Porto.

 
 
 
Ver esta publicação no Instagram
 
 
 

Uma publicação partilhada por Porto Canal (@porto.canal)

De recordar que o gigante edifício em Campanhã está terminado há vários meses, mas a abertura foi travada pelo processo de venda ao empresário bracarense Domingos Névoa.

O Grupo Trofa Saúde tem em marcha um procedimento cautelar de arresto contra a promotora imobiliária e ainda uma ação judicial para garantir o cumprimento do contrato promessa de arrendamento celebrado em 2014 com a construtora Alexandre Barbosa Borges.

Pronta por fora, mas vazia por dentro

Em outubro de 2022, o Porto Canal noticiava que o edifício estava pronto por fora, mas vazio por dentro. “Na parte exterior não há mais trabalho a fazer”, garantia uma fonte próxima da empreitada, que lamentava o atraso na tomada de decisões por parte do novo proprietário do edifício.

Na altura, população da zona, junta de freguesia e até mesmo a Câmara Municipal do Porto diziam não saber em que fase estava o projeto e qual seria o destino do prédio.

Domingos Névoa queria construir hotel

A autarquia explicava apenas que o edifício não poderia ser um hotel, tal como era pretensão de Domingos Névoa, uma vez que o Plano Diretor Municipal não permitia a instalação desse tipo de serviços naquele espaço.

Praticamente um ano depois, em setembro de 2023, contactado pelo Porto Canal, o município dizia que tinha recebido um novo “pedido de licença especial para a conclusão da obra”, mas que o requerente não propunha efetuar qualquer alteração ao projeto inicialmente licenciado.

“A licença de construção que ainda continua válida é para construir um hospital”, esclarecia a autarquia do Porto. O edifício começou a ser construído pela Alexandre Barbosa Borges, mas mais tarde foi vendido à Predi5, empresa detida por Domingos Névoa.

Em 2021, a Predi5 solicitou, na fase de discussão pública do PDM, que fosse efetuada uma revisão da qualificação do solo, mas o pedido não foi aceite. De acordo com o alvará de licenciamento, consultado pelo Porto Canal, o edifício tem uma área bruta total de 17.478 metros quadrados. Desses, apenas 4500 não têm classe de equipamento. Os restantes 13 mil (ocupados pela torre), possuem essa classificação, ou seja, não poderão ser transformados num hotel.

Edifício ao abandono

Também em setembro de 2023, numa visita ao edifício, foi possível verificar o estado de abandono do prédio, que tinha já grafittis nas paredes, várias janelas vandalizadas e lixo no chão.

Contactado novamente pelo Porto Canal, o presidente da Junta de Freguesia de Campanhã, Paulo Ribeiro, dizia, mais uma vez, que não tinha respostas. “Gostava de saber, até para responder às pessoas que vivem ali à volta e que estão sempre a perguntar-me, mas não sei de nada”, afirmava o autarca.

Uma obra que se arrasta há anos na justiça

Apesar de ser um dos maiores da zona, a altura não é a única característica que salta à vista neste prédio. Os vários processos judiciais em que o edifício tem estado envolvido nos últimos anos marcam inevitavelmente o projeto, que se tem arrastado no tempo.

Segundo a certidão permanente do prédio urbano, a que Porto Canal teve acesso, em março de 2019, o Grupo Trofa Saúde interpôs um procedimento cautelar de arresto contra a promotora imobiliária (a empresa Alexandre Barbosa Borges II – Imobiliária, S.A) e o novo dono do prédio, a Predi5.

Em maio do mesmo ano, o grupo hospitalar entrou com outra ação no Tribunal Judicial da Comarca de Braga. Desta vez uma Ação Pauliana do contrato de compra e venda, celebrado em janeiro de 2019 entre a ABB e a Predi5. O objetivo da Trofa Saúde era obter o “direito à restituição dos bens” objeto do contrato promessa de arrendamento, celebrado em maio de 2014 com a Alexandre Barbosa Borges.

 

 

+ notícias: Porto

O último dia da Mercearia do Bolhão. A “matilha de lobos” que são “grandes cadeias” faz mais uma vítima no Porto

30 de abril de 2024 é oficialmente o último dia da Mercearia do Bolhão. Prateleiras vazias, algumas já desmontadas, muitos abraços de despedida e um sentimento geral de mágoa. 144 anos depois, a mercearia mais antiga da cidade do Porto fechou as portas pela última vez pelas 19h. A notícia foi avançada em primeira mão pelo Porto Canal a 19 de abril.

Portuenses entupiram artérias da Baixa no primeiro de maio de 74

O país acabava de sair de uma revolução que provocou a queda do regime ditatorial em 1974 e a repressão e hostilidade, vividas por tantos portugueses naquele período, levou milhares até às ruas para gritar por liberdade. Os dias passaram mas nem assim a reivindicação perdeu o pulso, com os cravos a dar lugar às bandeiras e cartazes dos sindicatos de trabalhadores. No Porto, o 1.º de Maio é recordado como a consagração do 25 de abril e pelas ruas a abarrotar de união e emoção dos portuenses.

Investigadores do Porto integram projeto para promover saúde mental e física no trabalho

Investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) integram um projeto financiado em mais de 5,7 milhões de euros que pretende promover a saúde mental e física no local de trabalho.