Investigador escreve obra sobre a pobreza em que Portugal vive desde o século XII

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Porto Canal / Agências

Redação, 11 abr (Lusa) -- O investigador José Brandão afirma que, "desde o século XII, Portugal tem vivido sucessivamente em dificuldades económicas com uma população suportando más condições de vida", e que não houve ainda um programa eficaz de combate à pobreza.

O investigador faz estas afirmações na obra "A História da Pobreza em Portugal. Nove séculos de bancarrotas, resgates e má gestão, de Afonso Henriques à 'troika' dos nossos dias", publicada pela editora Saída de Emergência.

"Desde os primórdios da nossa origem histórica, que a pobreza existente no reino advém como preocupação constante dos reis e das rainhas portugueses", afirma o autor, referindo que, "ao contrário do que sucede na maior parte dos países industrializados, a atenção dada à pobreza nos debates políticos e nas políticas governamentais tem ficado entre nós aquém do que seria de esperar".

José Brandão, autor de obras como "Sidónio -- Contribuição para a História do presidencialismo" e "Carbonário -- O Exército secreto da República", afirma que, em Portugal, ainda não foi "concebido, organizado nem implementado um programa de ação suscetível de defrontar, de forma eficaz e integrada, os problemas da pobreza em Portugal".

Para o autor, "a primeira década do século XXI esgotou-se sem honra nem glória" e, 40 anos passados sobre a Revolução de Abril, um "processo de transformação social que visou, no essencial, melhorar as condições de vidados mais desfavorecidos, é difícil apontar um Governo que tenha conferido ao combate á pobreza necessária prioridade".

José Brandão salienta que, atualmente, são "muitas as queixas e desilusões que nos ensombram a vida".

O autor afirma que a obra aborda, "sem complexos nem exageros", a "pobreza e todo o rosário de flagelos que a ela estão ligados", disponibilizando ao leitor "um conjunto de explanações que, cinzeladas na mestria da simplicidade, o remetem para uma leitura escorreita", alertando que é uma "sucessão de páginas carregadas de dramatismo impressionante".

Cronologicamente, esta obra começa com a condessa D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, quando, em 1117, doou terras a um proprietário da zona do rio Vouga, dando este, como contrapartida, "manter aberta uma albergaria para acudir não só aos necessitados viajantes, mas também aos pobres e doentes".

Do século XII ao XXI, remetendo cada século num capítulo, o investigador vai dando conta das condições socioeconómicas que se viviam, as medidas tomadas para combater a pobreza e algumas figuras que se destacaram nesse combate.

Considera José Brandão que, "habitando num ponto extremo da Europa, os portugueses têm de suportar todo o tipo de dificuldades para garantir a sua existência como Estado autónomo" e, neste sentido, "pagam bem caro o preço da sua teimosia em querer ter vida própria", já que desde a sua fundação, o país "tem vivido sucessivamente em dificuldades económicas".

José Brandão, de 66 anos, ex-sindicalista, tem escrito amiúde na imprensa nacional e, entre outras obras, publicou "Suicídios famosos em Portugal", "Portugal trágico -- O regicídio" e "Este é o Reino de Portugal", obra que reúne cerca de 30 testemunhos de viajantes estrangeiros sobre o país, entre os quais o espanhol Miguel de Unamuno, o dinamarquês Hans Christian Andersen e o britânico William Beckford.

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