“O meu pecado foi esse”, Pedro Nuno Santos comenta decisão de novo aeroporto: “quem não faz, quem não decide não comete erros”

“O meu pecado foi esse”, Pedro Nuno Santos comenta decisão de novo aeroporto: “quem não faz, quem não decide não comete erros”
Foto: Pedro Benjamim | Porto Canal
| Política
Pedro Benjamim

O candidato à liderança do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, assumiu, em entrevista ao Porto Canal, que a escolha do novo aeroporto foi o momento-chave da sua governação enquanto ministro das Infraestruturas. “O meu pecado foi esse e a mim incomoda-me que o país arraste os pés em dossiers tão importantes como esse”, refere.

 
 
 
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Após a inauguração do aeroporto de Lisboa, em 1942, em 1958 arranca o processo de escolha da localização de um novo aeroporto, sendo criado um gabinete em 1969 que apontava Rio Frio como opção, no ano de 1971. Já em 1978, depois da desativação desse gabinete, é lançado novo processo de escolha com a Ota a ser indicada como localização preferencial.

“Em matéria do aeroporto, infelizmente o país já leva 50 anos para o decidir”, frisa Pedro Nuno Santos em entrevista ao Porto Canal.

“Só há uma forma de nós não cometermos erros e há muita gente em Portugal que não comete erros: são normalmente aqueles que não fazem nada, que não fazem, não decidem. Quem não faz, quem não decide não comete erros. Quem faz, quem trabalha, quem arrisca, quem assume posições, muitas vezes comete erros. Isso faz parte de qualquer profissão, qualquer trabalho e também faz parte da vida de um político”, aponta Pedro Nuno Santos sobre o despacho que o ministério das Infraestruturas publicou definindo a localização do novo aeroporto de Lisboa, em 29 de junho de 2022.

Além do novo aeroporto de Lisboa, também a companhia aérea nacional deixou uma marca na governação de Pedro Nuno. O ex-ministro das Infraestruturas, viria a demitir-se na sequência da indemnização de 500 mil euros paga pela TAP a Alexandra Reis.

“A regionalização faz falta ao país”

A regionalização, inscrita na Constituição portuguesa desde 1976, na votação da primeira Constituição democrática, para ser implementada terá de ser submetida a referendo, medida que foi adicionada na revisão constitucional de 1997.

O candidato a secretário-geral do PS defende que “o desenvolvimento harmonioso do nosso território implica que nós consigamos cumprir um desígnio constitucional que não foi ainda cumprido”.

Pedro Nuno Santos toma posição e defende que “a regionalização faz falta ao país”, e apesar de não avançar com uma data mostra-se favorável à consulta da população sobre o tema.

“Queremos fazê-lo [referendo] porque achamos que Portugal terá um desenvolvimento mais harmonioso se as regiões se puderem organizar e ter os seus próprios instrumentos de desenvolvimento”, frisa.

“Não consigo apresentar um calendário”, afirma, contudo, Pedro Nuno Santos sobre uma possível data para a consulta popular.

“Temos que sentir que há condições para que a regionalização passe. O pior serviço que faríamos a esse objetivo, a esse desígnio era nós organizarmos um referendo sem termos as condições no país para aprovar esse grande objetivo”, refere ao Porto Canal.

O PS vai a votos na sequência da demissão de António Costa do cargo de primeiro-ministro, com as diretas socialistas agendadas para 15 e 16 de dezembro. Apresentaram-se até agora três candidatos, o atual ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, o ex-ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos e Daniel Adrião, dirigente da linha minoritária de oposição ao atual secretário-geral, António Costa.

A entrevista completa com Pedro Nuno Santos: 

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