Motores dos autocarros da UNIR já ‘aquecem’, mas atrasos na divulgação de horários marcam processo

Motores dos autocarros da UNIR já ‘aquecem’, mas atrasos na divulgação de horários marcam processo
Foto: Ana Torres | Porto Canal
| Norte
Porto Canal

A Unir, a nova rede de autocarros da Área Metropolitana do Porto (AMP), vai arrancar a 1 de dezembro com 439 linhas a ligar 17 municípios. Contudo, a menos de uma semana do início das operações mantêm-se os atrasos na disponibilização de horários das respetivas paragens, apenas sendo conhecidos os horários do lote de Vila do Conde e da Póvoa de Varzim.

A nova rede e respetiva imagem irá substituir um modelo de concessões linha a linha herdado de 1948, efetuados pelos cerca de 30 operadores privados rodoviários na AMP, como por exemplo a Caima, AV Feirense, Transdev, UT Carvalhos, Gondomarense, Pacense, Arriva, Maré, Landim, Valpi, Litoral Norte, Souto, MGC, Seluve, Espírito Santo, entre outros.

A rede da UNIR utilizará quatro dígitos para identificar as linhas, seguindo uma lógica de atribuição por concelho, e contará com autocarros azuis, brancos e pretos em toda a AMP, começando a operar no início do próximo mês, tentando colmatar as dificuldades de mobilidade existentes no Grande Porto.

Ainda assim, este é um processo que está a ser marcado por avanços e recuos, nomeadamente no que diz respeito à disponibilização de horários das paragens de autocarro, apesar das sucessivas datas apontadas pelos diferentes representantes.

Incerteza em torno dos horários arrasta-se

Recorde-se que o presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP), Eduardo Vítor Rodrigues, garantiu que os horários da nova rede UNIR seriam conhecidos durante o dia de ontem, 24 de novembro, um cenário que acabou por não se verificar.

"Os horários serão conhecidos hoje [sexta-feira] mesmo. Dos horários, aquilo que eu posso dizer, tranquilizando as pessoas, é que todos aqueles que existiam mantêm-se, e são acrescentados uns tantos", frisou o também autarca de Vila Nova de Gaia, acrescentando que não haverá "nenhuma desregulação" dos horários.

Questionado sobre os motivos para a demora na divulgação dos horários, o presidente da AMP justificou-a com a "ausência dos autocarros para o cumprimento de tudo o que está estipulado".

"É bom que nós percebamos que para ter, neste momento, os horários todos disponíveis, nós precisamos, à data de hoje, de ter cerca de 160 motoristas que vieram do estrangeiro, e que estão neste momento em fase de formação, e quase 200 novos autocarros que foram adquiridos pelas várias empresas", salientou o edil gaiense.

Antes disto, já o Presidente da Câmara de Gondomar havia avançado ao Porto Canal, na passada terça-feira, que “se tudo correr bem” os horários das novas linhas de autocarro seriam disponibilizados na quarta-feira, algo que também acabou por não acontecer.

Um dia depois do ‘levantar de veú’ da própria AMP, que garantia que os horários seriam disponibilizados “em breve”, o autarca de Gondomar confirmou a data da publicação e ressalvou que não foi por “falta de vontade” da AMP que os horários não foram lançados mais cedo. Estes atrasos estão associados a questões que, de acordo com Marco Martins, foram demasiadas e de elevada complexidade para o curto espaço de tempo disponível.

Face a estes desafios, “em bom português, a Câmara colocou pés ao caminho” e tratou da situação “diretamente com o operador”. No entanto, apesar das declarações prestadas, os horários permaneceram na gaveta, numa altura em que entramos em contagem decrescente para o início das operações, e quando são apenas conhecidos os horários do lote 3 de Vila do Conde e Póvoa de Varzim.

“Total descoordenação” da UNIR na mira da Câmara do Porto

Recorde-se que o início da semana ficou marcada pelas críticas feitas pela Câmara Municipal do Porto à nova rede de transportes. Em exclusivo ao Porto Canal, fonte da presidência manifestou a preocupação da autarquia com o que considera ser a “total descoordenação” da gestão operacional da UNIR.

 
 
 
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Uma das questões da ‘polémica’ levantada prendia-se, precisamente, com o atraso na comunicação dos horários nas linhas dos autocarros. “Os horários são as peças fundamentais para que as pessoas possam planear todas as suas viagens, desde logo, transbordos eventualmente necessários”, vincou o Município numa nota disponibilizada ao Porto Canal.
A nova rede de autocarros UNIR vai operar a partir de 1 de dezembro em todos os Municípios da Área Metropolitana exceto no Porto, uma vez que os STCP detêm a exclusividade da operação no interior da cidade.

Na cidade do Porto, os autocarros UNIR poderão circular, mas só terão permissão para operar nos terminais ou interfaces definidas pelo município: Terminal de Campanhã, Polo Intermodal da Asprela - Hospital de São João, Terminal Parque das Camélias e Terminal do Bom Sucesso/Casa da Música.

A AMP vai desembolsar um total de 311,6 milhões de euros ao longo de sete anos no âmbito da nova rede de transportes públicos rodoviários, segundo os contratos.
O preço base do concurso público era de 394 milhões de euros, pelo que a AMP pagará um preço 82,4 milhões de euros abaixo do previsto aquando do lançamento do procedimento, em 2020.

Toda a rede utilizará o sistema de bilhética Andante, e acaba com um modelo de concessão linha a linha herdado de 1948, já que o concurso público foi dividido em cinco lotes, ainda que todos operem sob a mesma marca UNIR.

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