Lacerda Machado "não tinha qualquer mandato da minha parte para fazer o que quer que seja", frisa Costa 

Lacerda Machado "não tinha qualquer mandato da minha parte para fazer o que quer que seja", frisa Costa 
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Porto Canal/Agências

António Costa afirmou este sábado que um primeiro-ministro não tem amigos e frisou que o advogado Lacerda Machado nunca atuou com o seu mandato no projeto para a construção do Data Center de Sines.

Esta posição foi assumida por António Costa após ter feito uma comunicação ao país, em conferência de imprensa, quando foi interrogado sobre o facto de Digo Lacerda Machado, que é muitas vezes classificado como “o melhor amigo” do primeiro-ministro, ter invocado o seu nome no projeto do Data Center.

"O doutor Diogo Lacerda Machado há muitos anos que ele não colabora neste gabinete e não tinha qualquer mandato da minha parte para fazer o que quer que seja neste caso que tenho visto referido no jornal. Nunca falou comigo a respeito deste assunto em circunstância alguma”, começou por responder.

Depois, referiu-se às suas relações pessoais com o antigo secretário de Estado Diogo Lacerda Machado.

“Apesar de, num momento de infelicidade, ter dito que ele era o meu melhor amigo, aquilo que é a realidade é que um primeiro-ministro não tem amigos. E quanto mais tempo exerce, devo dizer, aliás, menos amigos tem”, contrapôs.

Neste contexto, o líder do executivo acrescentou que Lacerda Machado “tenha feito ou não tenha feito neste processo”, nunca o fez com a sua autorização, com o seu conhecimento, com a sua interferência.

“E nunca por nunca falou comigo sobre este assunto", reforçou.

A operação de terça-feira do Ministério Público assentou em pelo menos 42 buscas e levou à detenção de cinco pessoas para interrogatório, entre eles Diogo Lacerda Machado, além do chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, dois administradores da sociedade Start Campus, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves.

No total, há nove arguidos no processo, entre eles o ministro das Infraestruturas, João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado e antigo porta-voz do PS João Tiago Silveira e a empresa Start Campus.

Na investigação aos negócios do lítio, hidrogénio verde e do centro de dados de Sines, segundo Ministério Público (MP), podem estar em causa os crimes de prevaricação, corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e tráfico de influência.

O processo visa as concessões de exploração de lítio de Montalegre e de Boticas, ambos em Vila Real; um projeto de produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e o projeto de construção de um centro de dados na Zona Industrial e Logística de Sines pela sociedade Start Campus.

António Costa é alvo de uma investigação do Ministério Público (MP) no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos nos negócios investigados.

Segundo a indiciação, o MP considera que houve intervenção do primeiro-ministro na aprovação de um diploma favorável aos interesses da empresa Start Campus.

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