Câmara do Porto não conseguiu notificar STOP. Encerramento adiado por 10 dias
Porto Canal
O presidente da Câmara do Porto anunciou que a autarquia não conseguiu notificar a administração do condomínio do centro comercial Stop da intenção de fechar o espaço.
"Ao que pude apurar, até à manhã do dia de hoje, e pese embora todas as diligências, ainda não tínhamos conseguido notificar o senhor administrador [do encerramento]. Pelo que me informaram agora, terá sido notificado pessoalmente hoje, pelo que vão correr os 10 dias úteis previstos na lei", refere Rui Moreira.
Em declarações aos jornalistas, o edil aponta que a decisão "não resolve o problema", mas adia-o. Assim, a nova data para desocupar o edifício fica fixada no dia 6 de outubro.
Em declarações à imprensa, Rui Moreira revela que tem intenção de organizar uma angariação de dinheiro, juntamente com os músicos, para que sejam efetuadas as obras de reabilitação do edifício.
"Estou muito empenhado em resolver o problema do Stop e lembrei-me que podíamos organizar um conjunto de concertos solidários, que fossem um 'crowdfunding', que poderia permitir ajudar os proprietários a fazer as obras mínimas para aquilo [Stop] poder funcionar. Temos a possibilidade de fazer isso no Coliseu e no Rosa Mota", apontou Rui Moreira.
Câmara do Porto quer classificar o STOP
Rui Moreira destacou também que a Câmara do Porto mantém a intenção de classificar o edifício, lembrando que a classificação de uso "permitiria garantir a continuidade do Stop".
"A classificação do imóvel pode ajudar a impedir que o imóvel tenha outro fim, mas a classificação não é uma varinha mágica que arranja dinheiro para fazer obras", destacou o edil.
Moreira referiu ainda ter recebido esta quinta-feira o relatório interno relativamente à possibilidade de classificação do edifício e que o documento será enviado para a Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN).
"Agora vamos enviar para a DRCN para ver se a DRCN nos acompanha na iniciativa, mas atenção que, mais uma vez, é um caminho íngreme. Por duas vezes que a câmara invocou o uso para classificar, um foi o Bolhão e o outro foi o Sá da Bandeira, mas em ambos o uso foi apenas um dos argumentos, os outros era o valor patrimonial, arquitetónico, nós neste não temos mais nenhum. É um desafio", acrescentou.