Secretário-geral da ONU promete ajudar Haiti a erradicar a cólera
Porto Canal / Agências
Port-au-Prince, Haiti, 15 jul (Lusa) -- O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, prometeu ajudar o Haiti a erradicar a cólera, que desde 2010 já matou mais de 8.500 pessoas no país.
O secretário-geral da ONU visitou, na segunda-feira, uma pequena localidade no centro do Haiti severamente afetada pela cólera e prometeu ajudar a angariar 2,2 mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de euros) junto da comunidade internacional para erradicar a epidemia daquele país nos próximos dez anos.
"Estamos aqui reunidos para honrar a memória de milhares de pessoas afetadas pela cólera e testemunhar a nossa solidariedade à família e amigos", disse Ban Ki-moon, acompanhado pelo primeiro-ministro do Haiti, Laurent Lamothe.
"Nós estamos a fazer progressos e vamos continuar a mobilizar toda a nossa energia para libertar o Haiti desta doença", afirmou.
Uma investigação norte-americana, terminada em junho de 2011, conclui que a cólera, que tinha desaparecido do Haiti há 150 anos, foi reintroduzida no país por capacetes azuis nepaleses enviados para o terreno na sequência do terramoto de janeiro de 2010.
A fonte da epidemia de cólera foi atribuída a um rio que corre junto a um acampamento da ONU na cidade central de Mirebalais, onde as tropas nepalesas estavam baseadas.
A ONU nunca reconheceu oficialmente a sua alegada responsabilidade na epidemia.
Uma queixa foi apresentada contra a ONU em março, junto de um tribunal federal em Brooklyn, reclamando que a organização reconheça a sua responsabilidade, indemnize as vítimas e preste os cuidados necessários.
O secretário-geral da ONU foi também recebido pelo Presidente do Haiti, Michel Martelly, tendo felicitado os progressos realizados no país nos quatro anos após o sismo de 2010.
"O Haiti ainda precisa da comunidade internacional para consolidar os avanços. Eu apelo aos doadores para que trabalhem com o Governo do Haiti", acrescentou Ban Ki-moon.
Por sua vez, o Presidente Martelly disse ter discutido com o secretário-geral da ONU a "retirada ordenada da missão da ONU no Haiti (Minustah) a partir de 2016, de forma a manter a estabilidade do país".
FV // JPS
Lusa/Fim