Coimbra, 11 jul (Lusa) - O líder da distrital do PS de Coimbra disse hoje à agência Lusa que o encerramento de 24 escolas no distrito é um "incentivo à desertificação" e considerou não ter havido diálogo entre Governo e autarquias.

O fecho de escolas foi "feito sem se consultarem os responsáveis autárquicos", não tendo existido "um diálogo cooperante entre administração central e local", criticou o líder da distrital do PS de Coimbra, Pedro Coimbra.

O processo prejudica "as crianças, as famílias e o acesso ao ensino", sendo um "ataque ao interior, às populações mais isoladas e aos concelhos onde a taxa de natalidade é cada vez menor", observou o dirigente socialista.

A medida do Governo torna o país "mais heterogéneo" e com um interior "demograficamente deprimido", sendo uma decisão que "não ajuda" ao incentivo à natalidade, afirmou Pedro Coimbra.

O líder distrital salientou que está "em causa a liquidação do interior do território português e um ataque aos casais que se querem fixar nas suas terras", referindo que vão ser encerradas "escolas com um número significativo de alunos".

O encerramento de escolas é "preocupante e lamentável", classificou, recordando que grande parte dos municípios "tem vindo a contestar a medida".

Pedro Coimbra sublinhou que haveria, "em muitos casos, condições para manter as escolas abertas".

"O que não há é vontade. Apenas há vontade política de as encerrar, como acontece com repartições de finanças e com tribunais", concluiu.

O Ministério da Educação e Ciência anunciou que vai fechar 311 escolas do 1.º ciclo do ensino básico e integrá-las em centros escolares ou outros estabelecimentos de ensino, no âmbito do processo de reorganização da rede escolar.

O distrito de Viseu é aquele onde se vão encerrar mais escolas do 1.º ciclo do ensino básico já no próximo ano letivo, concretamente 57, seguindo-se Aveiro e Porto, com 49 e 41, de acordo com a lista de encerramentos divulgada pelo Ministério da Educação e Ciência.

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