Isabel II, a Rainha de Inglaterra, morreu esta quinta-feira aos 96 anos. Foi a monarca com o reinado mais longo da História britânica, 70 anos, e, a nível mundial, a sua longevidade no trono só ficou atrás da do rei francês Luís XIV. Sucede-lhe o filho mais velho, que adotará o título de Carlos III. Com a notícia da sua morte vislumbram-se também alterações na lista de Chefes de Estado e de Monarcas há mais tempo no poder, um pouco por todo o globo. Confira os nomes.

A morte de Isabel II foi anunciada após várias horas de preocupação e especulação sobre o seu estado de saúde. Ao início da tarde desta quinta-feira, um comunicado do Palácio de Buckingham reconhecia a preocupação dos médicos com o estado de saúde da monarca.

De seguida, ao longo do dia, os olhares do mundo centraram-se na família real britânica, com vários membros, incluindo o herdeiro do trono, Carlos, e os restantes três filhos, a viajarem com urgência até Balmoral, na Escócia, para estarem junto da rainha perante a degradação do quadro clínico. A confirmação rapidamente correu o mundo e as reações não demoraram de todos os quadrantes.

Durante sete décadas de reinado, viu passarem sete papas, serem eleitos 16 presidentes norte-americanos e dez chefes de Estado da União Soviética e Rússia. E entre 1952 e 2022 passaram 15 primeiros-ministros por Downing Street.

Na Grã-Bretanha são milhões os que nunca conheceram outro monarca e, talvez por isso, os dias que se seguem vão abalar, e muito, o Reino Unido e milhões de apaixonados pelo trono.

Um legado intocável, mas que introduz alterações na lista de Chefes de Estado e de monarcas que há mais tempo permanecem no poder.

Hassanal Bolkiah – Brunei

O sultão Hasanal Bolkiah, de 75 anos, nasceu em 15 de julho de 1946. Governa desde a abdicação de seu pai em outubro de 1967, neste pequeno país situado na Malásia, na costa norte de Bornéu. Em 2022 celebra 55 anos no poder.

Considerado um dos homens mais ricos do mundo, com uma fortuna avaliada em cerca de 20.000 milhões de dólares, cumpre também as funções de primeiro-ministro, ministro da Defesa, ministro das Finanças e líder da religião islâmica.

Margrethe II – Dinamarca

Nascida em 16 de abril de 1940, a rainha Margrethe II, 82 anos, ascendeu ao trono da mais antiga casa real europeia ainda existente a 14 de janeiro de 1972, com a morte de seu pai, Frederico IX. Acaba de celebrar meio século de reinado.

Margrethe II foi proclamada herdeira da coroa dinamarquesa em 1953 e subiu ao trono em 1972 após a morte do pai, Frederick IX. O filho mais velho, o príncipe Frederick, é o herdeiro da coroa da Dinamarca. Com morte de Elizabeth II, rainha da Dinamarca é a única mulher à frente de uma monarquia.

Carlos XVI Gustavo – Suécia

Nascido em 30 de abril de 1946, Carl Gustav tinha menos de um ano quando o seu pai, o príncipe herdeiro, morreu num acidente de avião na Dinamarca. Com o precoce falecimento de seu pai, subiu ao trono com a morte do seu avô, Gustaf VI Adolphus, em setembro de 1973, com apenas 27 anos. Casou com uma plebeia com raízes brasileiras. Superou escândalos, tendo completado já 76 anos de idade e 48 no poder, sendo já o monarca há mais tempo no trono na história do país escandinavo.

Teodoro Obiang Nguema Mbasogo – Guiné Equatorial

A Guiné Equatorial, país com cerca de um milhão de habitantes, é dirigida desde agosto de 1979 por Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, que detém o recorde de longevidade no poder em África. Teodoro Obiang foi reeleito em 2016 com mais de 90% dos votos para um quinto mandato de sete anos.

O Governo da Guiné Equatorial é acusado por várias organizações da sociedade civil de constantes violações dos direitos humanos e perseguição a políticos da oposição.

Paul Biya – Camarões

Paul Biya, aos 87 anos de idade e no poder desde 1982 (40 anos), é claramente um sobrevivente da era dos Presidentes africanos que passaram para a História como ditadores e parece resistir a tudo e todos, tornando-se dia após dia num Presidente vitalício dos Camarões.

Apesar de não ser um nome consensual, numa altura em que se acentuam as tendências de secessão na chamada República da Ambazónia, pressão popular da oposição, crescente impopularidade e degradação da vida económica, não se prevê que o líder renuncie ao poder.

Confira os restantes nomes:

Ali Khamenei - 13 outubro 1981 (Irão)

Hans-Adam II – Liechtenstein (26 agosto 1984)

Hun Sem – Camboja (26 dezembro 1984)

Yoweri Museveni – Uganda (29 janeiro 1986)

Na história contemporânea, o recorde de longevidade para um monarca é do rei da Tailândia Bhumibol Adulyadej, coroado com o nome de Rama IX, em junho de 1946. O ex-líder faleceu em outubro de 2016, aos 88 anos, após um reinado de 70 anos e quatro meses.

Na Europa, o reinado da rainha Elizabeth II foi superado apenas pelo do rei francês Luís XIV, que permaneceu no trono por mais de 72 anos (entre 1643 e 1715).