Belgrado, 15 jun (Lusa) -- Os Estados Unidos da América pediram à Sérvia para se manter "do lado dos parceiros europeus" em relação à crise na Ucrânia, numa carta endereçada ao primeiro-ministro sérvio, Aleksandar Vucic, divulgada hoje, noticia a Agência France Presse (AFP).

"A crise na Ucrânia só tem fortalecido o nosso apoio à Europa. (...) Conto com a sua liderança para ficar seguro de que a Sérvia estará do lado dos seus parceiros europeus apoiando os princípios internacionais", escreveu o vice-presidente americano, Joe Biden, na carta que foi tornada pública na véspera de uma visita a Belgrado do chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov.

Biden sublinhou que a Sérvia está a trabalhar "para adquirir os direitos e os privilégios para aderir à União Europeia (UE)" e lembrou que Belgrado assegurará a presidência da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) em 2015.

Desde a eclosão da crise na Ucrânia, em novembro de 2013, a Sérvia, candidata à entrada na UE, anda dividida entre as obrigações para com Bruxelas e a manutenção de boas relações com Moscovo.

A Rússia apoiou Belgrado em muitas questões internacionais sensíveis, entre as quais a da independência da ex-província sérvia do Kosovo, que Moscovo não reconhece.

Serguei Lavrov é esperado em Belgrado na segunda-feira para uma visita de dois dias e deverá debater com o seu homólogo sérvio, Ivica Dacic, a neutralidade de Belgrado face à crise na Ucrânia.

A Rússia tem interesses significativos na Sérvia, onde o gigante de gás russo Gazprom detém 51% do capital da companhia petrolífera NIDS.

A Sérvia atravessa dificuldades financeiras, tendo em 2013 Moscovo concedido àquele país um crédito de 800 milhões de dólares (perto de 591 milhões de euros) destinados à reconstrução de infraestruturas rodoviárias, e, em abril deste ano, outro crédito de cerca de 500 milhões de dólares (369 milhões de euros) para a ajudar a combater o défice orçamental.

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