António Galamba desafia António Costa a aceitar participar em debates
Porto Canal
O secretário nacional do PS António Galamba acusou hoje o candidato à liderança do PS António Costa de ter os seus apoiantes a usar de "expedientes estatutários" nas federações e desafiou-o a aceitar participar em debates.
"Ouvimos António Costa na Feira Nacional da Agricultura - onde aliás o secretário-geral [António José Seguro] tem ido sempre desde que foi eleito em 2011 -, dizer que não se dedica a questões estatutárias, como se os seus apoiantes não estivessem nas federações a usar expedientes estatutários para desvalorizar as primárias, que já estão marcadas para o dia 28 de setembro", afirmou à Lusa António Galamba.
"O pior da política é a hipocrisia e o cinismo", declarou.
O dirigente socialista, apoiante de António José Seguro, disse que se António Costa "tem tanta pressa, podia começar por aceitar convites que já foram feitos para debates".
"Não sei qual é o receio do doutor António Costa de debater as suas propostas, que diz alternativas em relação à linha política que tem vindo a ser concretizada", desafiou.
António Galamba sublinhou que "o partido já decidiu" pela realização de primárias e que "não há congressos extraordinários eletivos".
O dirigente disse, contudo, ainda não ter tido conhecimento de um parecer do Conselho de Jurisdição do partido que, segundo avançou o jornal online Observador, concluiu que, pela análise dos estatutos, um congresso extraordinário não pode ser eletivo e que um líder eleito em diretas, como Seguro, tem legitimidade própria, não podendo ser destituído por qualquer órgão do partido.
O dirigente nacional do PS apontou como exemplo dos "expedientes" usados pelos apoiantes do presidente da Câmara de Lisboa nas federações a moção pela realização de um congresso e de eleições diretas apresentada na federação de Setúbal por apoiantes de Costa e que foi chumbada na madrugada de hoje.
António Costa disse aos jornalistas, durante uma visita à Feira da Agricultura, que não se vai dedicar "nem a ataques pessoais nem a questões estatutárias", que se apresentará a eleições à liderança do PS "quando e onde o partido decidir", apelando a que estas ocorram o mais cedo possível.
"O partido resolverá como entender e eu apresentar-me-ei onde e quando o partido decidir que se coloca o momento eleitoral. Se em primárias, se em diretas, se em congresso, eu estarei presente e não levanto questões dessa natureza. Acho, o que creio que é óbvio para todos os portugueses, que quanto mais depressa melhor, porque o país precisa com urgência de ter um PS forte", afirmou.