CGTP afirma que resultado foi "segundo cartão vermelho" ao Governo

| Política
Porto Canal / Agências

Braga, 26 mai (Lusa) - O secretário-geral da CGTP considera que o resultado das eleições europeias foi o "segundo cartão vermelho" ao Governo no espaço de "poucos meses" e questiona o Presidente da República sobre "o que falta" para convocar eleições legislativas antecipadas.

Em Braga, para um dia de jornada de luta, Arménio Carlos alertou que PSD e CDS estão a deturpar a leitura da taxa de abstenção ao "fazerem crer" que a "elevada" abstenção "legítima" o atual Governo defendendo que a abstenção "não pode condicionar" a vontade expressa de quem votou.

Na análise aos resultados das eleições para o Parlamento Europeu, o sindicalista apontou ainda que o PS "ficou aquém" do resultado que esperava e que a CDU sai "reforçada" em votos e percentagem.

"O Presidente da República tem que ter um papel mais do que de cumplicidade com a política do Governo, deve ter um papel de afirmação da Constituição e ter em consideração que no espaço de poucos meses, do ponto de vista eleitoral, o povo português já apresentou dois cartões vermelhos ao Governo", disse.

Assim, questionou, dirigindo-se a Cavaco Silva, "o que é que falta mais para que o Governo seja demitido e possamos ir a votos".

Isto porque, explicou, o resultado das eleições de domingo reflete "a maior derrota verificada em todas as eleições do CDS e PSD coligados".

O que, defendeu, "não só põe em causa a legitimidade do Governo para exercer funções como também é um resultado fortemente penalizador para as políticas da 'troika' e para aqueles que subscreveram o memorando da troika".

Arménio Carlos deixou ainda um alerta sobre a leitura da taxa de abstenção que a coligação PSD/CDS-PP fez.

"Em democracia as pessoas podem votar ou não. O que não pode haver são leituras como a que o Governo neste momento está a tentar fazer crer de que a elevada abstenção legitima a continuação da governação do PSD/CDS", apontou.

Segundo o sindicalista "a elevada abstenção não pode condicionar ou por em causa a opinião que foi manifestada por aqueles que quiseram votar para exigir outra política e demitir o governo".

Assim, para o líder da CGTP a leitura dos resultados eleitorais é clara.

"A direita perde em toda a linha, o PS fica aquém dos resultados que perspetivava, a CDU reforça-se do ponto de vista de mandatos, votos e percentagem. Temos o aparecimento de uma candidatura protagonizada pelo Marinho e Pinto que tem um resultado expressivo e temos o BE a perder eleitorado na sequência do que têm sido as últimas eleições", resumiu.

O PS é o partido com mais mandatos nas eleições europeias de domingo depois de apurados os resultados em todas as 3.092 freguesias de Portugal e em 54 dos 71 consulados, segundo dados da Direção Geral de Administração Interna (DGAI).

Os resultados indicam sete deputados (31,45%) para o PS, seis (27,71%) para a Aliança Portugal (PSD/CDS-PP), dois (12,68%) para a CDU (PCP-PEV), um (7,15%) para o Partido da Terra (MPT) e outro (4,56%) para a Bloco de Esquerda, faltando atribuir quatro dos 21 mandatos de Portugal no Parlamento Europeu, que dependem dos resultados no estrangeiro.

JYCR (AG/HPG)// SMA

Lusa/Fim

+ notícias: Política

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".

Austeridade: programa de rescisões poderá conter medida inconstitucional - jurista

Redação, 06 mai (Lusa) - O especialista em direito laboral Tiago Cortes disse hoje à Lusa que a constitucionalidade da medida que prevê a proibição do trabalhador do Estado que rescinde por mútuo acordo voltar a trabalhar na função Pública poderá estar em causa.