Vila Real protestou contra cortes no apoio a crianças com necessidades especiais

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Porto Canal / Agências

Vila Real, 12 mai (Lusa) -- Cerca de 30 pessoas manifestaram-se hoje, em Vila Real, para denunciar os "cortes cegos" nos subsídios de educação especial que estão a afetar "muitas" crianças e jovens do distrito transmontano.

Depois do Porto, Braga e Aveiro, hoje foi Vila Real a ser o palco de um protesto de pais, encarregados de educação e profissionais que lidam com crianças e jovens com necessidades educativas especiais.

Os manifestantes empunharam faixas, em frente ao edifício da Segurança Social, onde se podia ler "Brinquem com os submarinos, mas não brinquem com as crianças que precisam de apoio especial", "Basta de cortes cegos" ou "Vão continuar a tratar as nossas crianças como números?".

Patrícia Campos Ana, terapeuta da fala e representante da Associação de Pais e Amigos de Crianças e Jovens com Necessidades Educativas Especiais (APACJNAE), referiu que os cortes nos subsídios são um problema nacional que está também a afetar muitas crianças no distrito.

De acordo com a responsável, "95% das 13.000 crianças que requereram subsídio de educação especial ficaram sem apoio, quer a nível da terapia da fala, ocupacional ou psicologia".

"Temos apenas 05% de deferimentos aos pedidos de apoio. Há milhares de pessoas neste momento que deixaram de ter apoios e que começaram a apresentar regressões, tanto a nível de desenvolvimento como escolar", salientou.

Patrícia Campos Ana referiu que, nas clínicas onde trabalha, apenas se mantêm em tratamento 70 das 300 crianças e jovens que acompanhavam há um ano.

E, segundo frisou, este é um problema que está a afetar principalmente as famílias com menores capacidades financeiras.

Marlene Costa, mãe de um menino de 10 anos, juntou-se ao protesto para denunciar o corte no apoio que o seu filho usufruía na escola.

"O meu filho no primeiro e segundo ano teve uma pessoa responsável a olhar por ele e neste momento ele está sozinho e abandonado", referiu.

Esta mãe reivindica "justiça" e apelou à "não discriminação" das crianças.

"Eles precisam de ajuda. São crianças indefesas", frisou.

Também Gentil Cardoso, avô de uma criança de sete anos que precisa de cuidados especiais fez questão de se manifestar contra os cortes nos apoios.

"Precisamos de apoio económico. Eu vivo de uma reforma de 400 euros e a minha filha está reformada", salientou ainda.

O protesto foi convocado pela APACJNAE, com o apoio da pela Associação nacional de Empresas de Apoio ao Ensino Especial (ANAEE).

PLI // JGJ

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