Portugal vive o "momento mais negro desde o 25 de Abril"

Portugal vive o "momento mais negro desde o 25 de Abril"
| Política
Porto Canal

Sindicalistas das GCTP defenderam hoje no Porto, nas comemorações do Dia do Trabalhador, que só "a rotura com a política de direita" permitirá sair do "momento mais negro da vida coletiva desde o 25 de abril".

"Não há solução para o país sem uma rotura com a política de direita e sem a derrota deste Governo. Mesmo que se renegoceie a dívida, se se insistir na política de direita, mais cedo do que tarde voltaremos a ter o mesmo problema", afirmou o coordenador da União de Sindicatos do Porto (USP) e membro da comissão executiva da CGTP, João Torres, em declarações à agência Lusa momentos antes de subir ao palco montado pela intersindical na Avenida dos Aliados.

Sustentando que o 1.º de maio que hoje se comemora "acontece no momento mais negro vida coletiva dos portugueses desde o 25 de abril", João Torres apontou a "continuação e o aprofundamento da política de esbulho nacional" prevista no Documento de Estratégia Orçamental (DEO) apresentado na quarta-feira para alertar que "a ofensiva não cessa enquanto não se derrotar a política de direita e puser este Governo na rua".

"Além da renegociação da dívida, o que é imperioso é a rotura com a política de direita e que o Estado assuma outros compromissos e responsabilidades na economia: que devolva aos trabalhadores e reformados o que lhes tem sido roubado nos últimos tempos, que aumente os salários, as reformas e as prestações sociais e que taxe os dividendos e os lucros brutais de que alguns se têm vindo a apropriar nos últimos tempos", sustentou o dirigente sindical.

Segundo João Torres, além das "mais emblemáticas" medidas previstas no DEO -- como o aumento da taxa máxima do IVA e da Taxa Social Única para os trabalhadores -- "outras medidas estão escondidas, como o fim da contratação coletiva".

"No DEO o que está previsto é a continuação e o aprofundamento desta política de esbulho nacional, com medidas que vão no sentido de massacrar aqueles que já têm vindo a ser massacrados. Não há saída com esta política, o que se exige do povo português é a rotura e a derrota deste Governo", sustentou.

Neste sentido, o coordenador da USP defendeu que se "leve a luta até ao voto no próximo dia 25 de maio", dia das eleições em Portugal para o Parlamento Europeu, mostrando "o cartão vermelho aos que lá, como cá, trazem a miséria, o desemprego, o empobrecimento e a desesperança".

Carmo Monteiro, uma parteira reformada de 65 anos, só havia participado nas comemorações do 1.º de maio "logo após o 25 de Abril", mas decidiu ir hoje à Avenida dos Aliados assinalar o dia por, "como mulher portuguesa", se sentir "enganada" pelo Governo de Pedro Passos Coelho.

"Fui uma mulher trabalhadora com três filhos às costas, descontei durante 39 anos e, agora, querem-me cortar o que com tanto suor ali deixei ficar. Ainda tenho para comer, mas já não tenho para ajudar os meus filhos", afirmou à Lusa.

Já José Ferreira, de 68 anos e também reformado, é participante habitual das comemorações do Dia do Trabalhador, mas considera que, "este ano, justifica-se mais ainda participar em virtude da política drástica deste Governo".

"Os trabalhadores estão hoje muito pior do que antigamente, até pela incerteza no emprego, que é das coisas piores que pode acontecer", considerou.

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