Dúvidas sobre "arrependimento" e questões contratuais adiaram lei sobre "maternidade de substituição"
Porto Canal / Agências
Lisboa, 30 abr (Lusa) -- O "arrependimento" da mulher que aceite ser "mãe" de substituição e as consequências do incumprimento contratual foram as razões que levaram ao adiamento da votação do texto final sobre a gestação de substituição, prevista para hoje, segundo um deputado.
Miguel Santos, deputado do PSD e presidente do grupo de trabalho que na Comissão Parlamentar de Saúde está a trabalhar na alteração da legislação sobre Procriação Medicamente Assistida (PMA), que deverá incluir a gestação de substituição, disse à Lusa que este adiamento se deveu a dúvidas dos deputados.
Apesar de algumas das dúvidas terem sido esclarecidas com um parecer do Conselho Nacional de PMA, os deputados não chegaram a acordo em relação a questões como a moldura penal a aplicar.
Para Miguel Santos, além desta questão, outras duas surgiram que justificaram o adiamento da votação do texto final: "O regime de revogabilidade do consentimento («arrependimento») e o incumprimento" do contrato a firmar.
O deputado adiantou que os deputados tinham a hipótese de "chutar para o Governo" a resolução destas dúvidas, através de uma regulamentação posterior, mas optaram por "resolver a questão em sede da Comissão de Saúde".
Ainda assim, e para ajudar os deputados a esclarecer as dúvidas, o grupo de trabalho solicitou à Assembleia da República um estudo de direito comparado sobre as soluções que os outros países adotaram.
Miguel Santos acredita que a votação final surgirá ainda durante esta sessão legislativa e que dentro de duas semanas os deputados já estarão a elaborar o texto final.
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