Empresários do sector da diversão protestaram junto à sede do Conselho de Ministros
Porto Canal / Agências
Lisboa, 20 jun (Lusa) - Cerca de meia centena de empresários do setor da diversão estiveram hoje concentrados em frente à sede do Conselho de Ministros, no arranque de mais um dia de protestos em Lisboa contra a alegada falta de apoio.
Vindos maioritariamente do Norte do país, muitos deles do Minho e Porto, depararam com um contingente policial, mas mantiveram-se menos ruidosos que em ocasiões anteriores, sem buzinas.
"Recebemos um e-mail da Câmara de Lisboa a dizer que não podíamos usar buzinas nem equipamentos ruidosos. Não sei onde é que isso está escrito na Lei e mais nos parece abuso de poder da câmara, mas como não queremos problemas, decidimos respeitar", disse à agência Lusa o presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Diversões (APED), Luís Paulo Fernando.
Foi aprovada por todos os partidos uma resolução no Conselho de Ministros "a dar-nos mais apoio, mas a verdade é que nada mudou e os problemas mantêm-se", disse Luís Paulo Fernando, justificando o protesto.
Quatro meses depois de terem cancelado manifestações em Lisboa que duraram 42 dias, os empresários da diversão regressaram hoje aos protestos, insatisfeitos com o que dizem ser a falta de ação do Governo.
José Antunes, de Viana do Castelo, reconheceu que o dia de hoje "vai ser cansativo, mas vale a pena".
"Estamos fartos de promessas. Já muitos colegas ficaram pelo caminho e outros vão ficar se isto continuar assim", sustentou.
Também Jorge Amaral, do Porto, volta a marcar presença num protesto convocado pela APED, porque quer regressar a Portugal.
"Fui obrigado a ir trabalhar para Espanha, porque deixei de ter condições de trabalhar aqui, mas estou nesta luta porque quero voltar ao meu país", contou.
Da sede do Conselho de Ministros, os empresários da diversão seguem agora para a sede do Parlamento Europeu em Lisboa, no Largo Jean Monnet, onde serão recebidos, pelo presidente do presidente Martin Schulz, um encontro que consideram ser uma "chapada de luva branca" ao Governo português.
Os empresários da diversão acabam o dia com uma manifestação junto à Câmara de Lisboa para contestar a decisão do presidente António Costa de não permitir a instalação dos seus equipamentos na freguesia de Arroios durante as Festas de Lisboa.
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