Covid-19: CEDEAO quer mais testes e corredores humanitários para médicos

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Porto Canal com Lusa

Abuja, 24 abr 2020 (Lusa) -- Os países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) acordaram promover o aumento de testes para despistagem de covid-19 e criar corredores humanitários para as equipas médicas.

A posição comum dos 15 países, onde se incluem Cabo Verde e a Guiné-Bissau, foi adotada, na quinta-feira, durante uma reunião virtual da conferência de chefes de Estado e de Governo da organização, atualmente liderada por Issoufou Mahamadou, Presidente da República do Níger.

Os chefes de Estado sublinharam a necessidade de "aumentar os testes de despistagem e assegurar o cuidados e atendimento às pessoas suspeitas de terem contraído o vírus", refere a organização, em comunicado divulgado hoje.

Defendem também a necessidade de "estabelecer corredores de transporte humanitários para o pessoal médico e outros agentes envolvidos na luta contra a pandemia, a fim de facilitar o encaminhamento de pessoal, equipamento e materiais necessários".

Propõe ainda a tomada de medidas "humanitárias e paliativas" destinadas a fornecer ajuda às populações, nomeadamente através da distribuição de bens alimentares e de valores financeiros, sobretudo às famílias mais pobres e forçadas ao respeito obrigatório das medidas sanitárias decretadas pelos países.

A maioria dos países africanos decretou o estado de emergência ou medidas de isolamento ou confinamento obrigatório, mas em países onde uma grande percentagem da economia é informal e as pessoas são forçadas a sair de casa para conseguir comer, o cumprimento destas determinações está a agravar a situação de pobreza.

Numa altura em que os países começam a falar no levantamento de algumas medidas, a CEDEAO recomenda cautela e "uma avaliação minuciosa" e "caso a caso" da situação para assegurar a proteção das populações.

Estas propostas incluem um pacote global de uma dezena de medidas desenhadas pela CEDEAO para uma resposta coordenada à pandemia de covid-19, naquela que é a segunda região africana mais afetada pela doença.

A organização incentiva os países a reforçarem o financiamento aos respetivos sistemas de saúde tendo como meta destinar 15% do orçamento dos estados ao este setor, bem como defende, sempre que possível, que os países "mutualizem as compras de medicamentos e material médico" para responder à pandemia.

A CEDEAO destacou a importância do reforço da cooperação entre os estados-membros na investigação, formação e troca de experiência na área da saúde, bem como com as organizações regionais, e apelou aos países para que contribuam para o Fundo Covid-19, criado pela União Africana.

A conferência de chefes de Estado pediu ainda aos parceiros globais que "redobrem os esforços para a produção de vacinas e medicamentos adequados contra o vírus" e que os forneçam aos países afetados a "preços subvencionados".

Durante a reunião, o Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, foi escolhido para coordenar a resposta à pandemia de covid-19 na região da África Ocidental.

A CEDEAO integra o Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.

Além dos chefes de Estado dos países membros, participaram na reunião como observadores, o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, bem como o representante especial do secretário-geral das Nações Unidas para a África Ocidental, Mohamed Ibn Chambas.

A Guiné-Bissau esteve representada por Umaro Sissoco Embaló, numa reunião em a CEDEAO reconheceu oficialmente a sua vitória na segunda volta das eleições presidenciais de dezembro.

A África Ocidental regista 6.525 infeções pelo novo coronavírus, 171 mortos e 1.948 doentes recuperados.

O Gana é o país com o maior número de infeções registadas (mais de 1.100), seguindo da Costa do Marfim (cerca de 1.000), da Nigéria (cerca de 900) e da Guiné-Conacri (cerca de 800).

Entre os países africanos lusófonos, Cabo Verde lidera em número de infeções, com 82 casos e um morto, e a Guiné-Bissau contabiliza 52 pessoas infetadas pelo novo coronavírus.

 

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