Trabalhadores protestaram frente à Efacec contra "bloqueio da contratação coletiva"

| Norte
Porto Canal / Agências

Matosinhos, 14 mar (Lusa) - Algumas dezenas de trabalhadores e sindicalistas concentraram-se hoje, à tarde, frente às instalações da Efacec, em Leça do Balio, Matosinhos, num protesto contra o "bloqueio da contratação coletiva".

A iniciativa foi do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Norte (Site-Norte), afeto a CGTP, e visou sobretudo "sensibilizar os administradores" daquela empresa para que pressionem a sua associação patronal, "no sentido de negociar com o sindicato", disse à agência Lusa o dirigente do Site-Norte Miguel Moreira.

"A Efacec é uma empresa filiada na ANIMEE - Associação Portuguesa das Empresas do Setor Elétrico e Eletrónico e tem uma importância muito grande no seu seio. Esta associação teima em bloquear o nosso contrato coletivo de trabalho, não atualizando os salários", referiu o sindicalista.

O Site-Note sustenta que a Efacec pode e deve usar o seu peso específico para tentar influenciar a associação patronal, levando-a a negociar.

"Queremos que a ANIMEE se sente à mesa connosco, que negoceie o contrato coletivo, que negoceie aumentos salariais justos e que falemos sobre tudo", continuou, acrescentando que a associação patronal "assumiu uma atitude arrogante" recusando negociar.

A concentração não foi, por isso, contra a empresa, que, contudo, "pela sua dimensão e responsabilidade é uma das principais causadoras do bloqueio da contratação coletiva", sustenta o sindicato numa resolução que Miguel Moreira e outros dirigentes sindicais quiseram entregar à administração respetiva.

A Efacec também opta por uma "política de não diálogo com o sindicato, tal e qual como faz a sua associação patronal", acusou Miguel Moreira.

O sindicalista disse que "os aumentos que tem havido são residuais e não cobrem, nem de longe nem de perto, o aumento do custo de vida dos trabalhadores", considerou.

Os manifestantes entoaram slogans como "A luta continua nas empresas e na rua" e "Aumento salarial é imperativo nacional" e ouviram-se cânticos alusivos às lutas laborais, um dos quais com o refrão ""Não há dinheiro, não há dinheiro, andamos com esta conversa o ano inteiro e cada um que se amanhe".

Carlos Oliveira trabalha na unidade da Efacec situada na Maia, "na eletrónica", e associou-se a esta ação porque, explicou que "está na altura do povo português fazer alguma coisa para que se tente minimizar estes problemas e se reparta os sacríficos por todos".

"Temos obrigação social e moral de não fechar os olhos ao que nos rodeia", reforçou.

A sua opinião é que os problemas resolvem-se através da "união de todos os portugueses".

Carlos Oliveira disse à Lusa que "a Efacec cumpriu sempre" e os seus trabalhadores estão a "passar um bocadinho ao lado desta crise".

"É uma empresa modelo a nível nacional, mas também é uma das empresas que tem mais poder no seio da ANIMEE e portanto pode influenciar no sentido de minimizar os problemas" que outros trabalhadores do setor sentem.

Questionado sobre o facto de a concentração ter reunido menos de cem pessoas, o trabalhador respondeu que "o povo português é pouco solidário".

"Não temos garra como povo. Andamos na nossa vida e não queremos saber se o vizinho do lado tem problemas", considerou Carlos Oliveira

AYM // JGJ

Lusa/fim

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