Governo dos Açores quer criar novas áreas de restrição à pesca e novos limites de capturas

| Política
Porto Canal com Lusa

(NOVO TÍTULO E CORREÇÃO NO PRIMEIRO E TERCEIRO PARÁGRAFOS) Horta, Açores, 03 dez 2019 (Lusa) - O Governo dos Açores pretende criar novas áreas de restrição à pesca no arquipélago, introduzir novos limites de capturas e abolir algumas artes de pesca, medidas que estão a deixar o setor "à beira de um ataque de nervos".

"Compreendemos que, no início, são sempre difíceis estas medidas serem aceites, mas julgamos que, da forma como vão ser implementadas, terão certamente benefícios, a médio prazo, para as pescas", justificou o secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia, Gui Menezes, à saída do Conselho Regional das Pescas, que esteve reunido esta tarde na cidade da Horta.

Uma das propostas do executivo socialista, apresentada aos parceiros sociais que compõem este órgão consultivo do Governo Regional, é a restrição à pesca em determinadas áreas de dois dos maiores bancos submarinos do arquipélago: o Banco Princesa Alice (situado ao largo das ilhas do Pico e Faial) e o Banco Mar de Prata (situado ao largo de São Miguel).

Segundo Gui Menezes, a restrição à pesca nestes bancos será apenas parcial e tem como objetivo evitar a sobre-exploração de algumas espécies marinhas, realidade que tem sido confirmada, não apenas pelas quantidades de capturas registadas nessas áreas de pesca, como por estudos científicos, entretanto realizados.

"A par disso, sugerimos também a implementação de quotas regionais para algumas espécies que nos parecem necessitar de algum acompanhamento mais sério", sublinhou o titular da pasta das pescas na região, explicando que a medida abrange "um conjunto muito significativo de espécies, como a abrótea, o congro e a boca negra, entre outros".

O Governo Regional vai também lançar um novo conjunto de apoios para o abate de embarcações, alargando o incentivo à abolição de algumas artes de pesca, consideradas menos seletivas, como é o caso do palangre de fundo, das redes de emalhar e das armadilhas, ainda utilizadas em algumas ilhas.

"Vamos introduzir uma nova medida de abate de artes que consideramos que são mais lesivas do ambiente marinho", explicou Gui Menezes, esclarecendo que essas artes vão continuar a ser utilizadas, mas apenas "em determinadas condições e com determinados critérios".

As restrições agora anunciadas pelo executivo açoriano não foram, no entanto, bem aceites pela presidente da Federação das Pescas dos Açores, Gualberto Rita, que admitiu, em declarações aos jornalistas, no final do Conselho Regional das Pescas, que estas restrições vão deixar o setor "à beira de um ataque de nervos".

"O Governo [Regional] deixa o setor à beira de um ataque de nervos, porque o senhor secretário o que está aqui a propor é a restrição de duas áreas de pesca que são bastante importantes para nós, e que vai reduzir, significativamente, as nossas pescas e, consequentemente, os rendimentos dos pescadores", lamentou Gualberto Rita.

O representante da Federação das Pescas dos Açores apelou, por isso, ao executivo, para que "tenha atenção na aplicação destas medidas", por entender que poderão ser "bastante penalizadoras" para os profissionais da pesca no arquipélago.

(CORRIGE O TÍTULO ANTERIOR: "Governo dos Açores cria novas áreas marinhas protegidas e novos limites de capturas". CORRIGE AINDA NO PRIMEIRO E TERCEIRO PARÁGRAFOS INFORMAÇÃO SOBRE A INTENÇÃO DO GOVERNO DOS AÇORES)

RF // MAG/MLS

Lusa/Fim

+ notícias: Política

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".

Austeridade: programa de rescisões poderá conter medida inconstitucional - jurista

Redação, 06 mai (Lusa) - O especialista em direito laboral Tiago Cortes disse hoje à Lusa que a constitucionalidade da medida que prevê a proibição do trabalhador do Estado que rescinde por mútuo acordo voltar a trabalhar na função Pública poderá estar em causa.