Manifestação das forças de segurança deixa o Marquês de Pombal em direção à AR
Porto Canal / Agências
Lisboa, 06 mar (Lusa) -- Os milhares de profissionais dos serviços e forças de segurança iniciaram quase às 19:30 a manifestação contra os cortes salariais, num percurso entre o Marquês de Pombal até à Assembleia da República.
Os manifestantes iniciaram a marcha entoando o hino nacional. Empunhando várias bandeiras e cartazes, fazem o percurso assobiando e gritam "invasão" e "polícia unida jamais será vencida".
"Protegemos o povo e o país dos criminosos e não o contrário", "Por uma assistência na doença digna" e "a segurança pública exige profissionais motivados", são alguns dos cartazes que os elementos das forças de segurança trouxeram para a manifestação, empunhando ainda bandeiras nacionais e dos sindicatos e associações profissionais.
Há alguns manifestantes de cara tapada e foram já lançados alguns petardos e 'very-lights'.
Agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) há 31 anos, este polícia na Figueira da Foz disse à agência Lusa que desde 2011 já viu o salário reduzido em 300 euros mensais.
"Se não estivesse desmotivado, não estava aqui. Nunca pensei chegar a esta situação quando fui para a PSP", adiantou o agente, sublinhando ainda que "é triste não ter dinheiro para por o filho na universidade".
Um militar na Guarda Nacional Republicana (GNR) na reserva há três anos disse que participa na manifestação devido à "revolta" que sente por chegar ao fim da carreira e estar nesta situação.
Segundo este militar, que esteve no ativo durante 30 anos, já perdeu no salário 350 euros por mês.
Segundo o secretário nacional da Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, Paulo Rodrigues, a manifestação conta com mais de 15 mil participantes, muitos deles vindos nos 80 autocarros provenientes de todo o país, mas maioritariamente do norte.
Milhares de elementos das forças e serviços de segurança voltaram hoje a manifestar-se em Lisboa contra os cortes salariais e congelamento das carreiras, protesto que os organizadores estimam ser o maior de sempre.
O cortejo de protesto, que se realizar entre o Marquês de Pombal e a Assembleia da República, é promovida pela Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, estrutura que congrega os sindicatos mais representativos da GNR, PSP, ASAE, SEF, Guarda Prisional e Polícia Marítima.
No espaço de três meses esta é a segunda manifestação dos elementos das forças e serviços de segurança, tendo a primeira, a 21 de novembro de 2013, terminado com a invasão da escadaria da Assembleia da República e com a consequente demissão do diretor nacional da PSP.
Na altura, o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, classificou como "absolutamente inaceitáveis" os acontecimentos que motivaram a invasão da escadaria do parlamento, garantido que "foi uma exceção que não voltará a repetir-se".
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