CDS já admite votar contra lei dos professores se não forem aceites condições
Porto Canal com Lusa
A líder do CDS-PP anunciou este domingo que os centristas só votarão a favor, em votação final, do diploma dos professores se forem aceites as condições do partido, como sustentabilidade financeira e crescimento económico.
Atualizado 06-05-2019 11:45
A posição foi expressa por Assunção Cristas num comunicado, dois dias depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter ameaçado com a demissão do Governo após PCP, BE, PSD e CDS terem aprovado, no parlamento, o diploma para a contabilização total do tempo de serviço dos professores.
"Ou o parlamento aceita as nossas condições ou não aprovaremos qualquer pagamento", lê-se no comunicado em que anuncia que o CDS vai pedir para serem, de novo, votadas as propostas em que o partido condicionava o pagamento a três condições: crescimento económico, a revisão da carreira, avaliação, e regime de aposentação dos professores.
"Um Governo do CDS nunca faria negociações incondicionais. Para nós a primazia do interesse geral é uma condição essencial. Ainda é possível colocar essa opção? É, como aliás é prática parlamentar, com a avocação da norma em causa para decisão em plenário. E é isso que o CDS fará", argumentou.
Para a líder dos centristas, "a proposta do CDS é só uma desde o início, e pressupõe o respeito integral de cada uma das condições que constam da nossa proposta, que dela constam desde o começo".
No comunicado, Cristas volta a acusar António Costa de usar uma "mentira fabricada" para "criar uma crise política" e anuncia que o partido vai avocar, para a votação final global, as propostas do CDS chumbadas na quinta-feira na comissão parlamentar de educação e que condicionavam o pagamento aos professores de uma negociação e de três condições.
As três condições são a "existência de crescimento económico e garantia de sustentabilidade financeira, negociação do estatuto da carreira dos professores, incluindo a avaliação dos professores, negociação do regime de aposentações dos professores", recordou a líder centrista no comunicado de hoje.
A avocação permite que, no plenário da Assembleia da República, se repitam votações da comissão, de modo a confirmá-las ou não.
Rui Rio, líder do PSD, tem agendada para hoje à tarde uma posição acerca da crise aberta pela demissão do executivo, caso a contabilização total do tempo de serviço dos professores seja aprovada em votação final global.