Cante alentejano dá sensação de união a estrangeiros em Washington

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Porto Canal com Lusa

Washington, 15 jan (Lusa) -- O cante alentejano foi ouvido na segunda-feira por cerca de 200 pessoas portuguesas e estrangeiras, numa icónica sala de espetáculos de Washington, capital dos Estados Unidos, impressionando os desconhecedores com a harmonia e união de grupo.

O concerto do Rancho de Cantadores da Aldeia Nova de São Bento, no Kennedy Center for Performing Arts, foi uma das ações proporcionadas pelo festival Terras Sem Sombra e pela Embaixada de Portugal, às cerca de 200 pessoas que se juntaram para assistir gratuitamente a uma performance de Património Imaterial da Humanidade.

A comitiva do festival Terras Sem Sombra era uma pequena parte componente do público, constituído, na maioria, por pessoas que não falavam português e não conheciam o Alentejo nem a tradição portuguesa.

O concerto, no entanto, deu assas à imaginação dos espetadores, verificou a Lusa no local. Entre o público presente, alguns disseram que ficaram impressionados com a "união de grupo", "sintonia" e a "harmonia melódica" dos 25 homens portugueses em palco, trajados de maneira igual, com vozes, pausas e movimentos coordenados sem falhas.

"A sensação que tive, quando ouvi as músicas, foi que eles tinham um forte sentido um do outro, que pareciam uma comunidade. E isso foi interessante, porque eu não sinto bem se me enquadro em qualquer lado de Washington, por isso é bom sentir que estas pessoas encaixam todas umas com as outras", disse Kevin, norte-americano vindo do Texas, que assistiu ao concerto com um amigo.

"Já fui a Portugal, mas não falo português e só conhecia o fado, portanto isto é novo para mim", disse também Kevin à agência Lusa.

Uma breve introdução do concerto, feita em inglês, deu o ponto de partida para a imaginação: o grupo falou, por exemplo, da apanha da azeitona, do trabalho de campo e algumas festas religiosas.

"Consigo imaginar, sabendo que uma canção é sobre a apanha da azeitona, criar uma visão na minha cabeça de como trabalham enquanto cantam", diz Chuck, nascido na Nigéria, e que se encontrava em Washington a trabalho, mas aproveitou um momento livre do final do dia para ir ao Kennedy Center.

Do que percebeu, Chuck opinou que o cante alentejano "diz mais a uma geração mais velha" em Portugal, mas que qualquer pessoa, de qualquer país, pode ouvir e "apaixonar-se", como ele, pelas melodias.

"Não entendi muito, mas apaixonei-me pelo som" disse Chuck, argumentando que "não precisas de estar familiarizado com a cultura para apreciar o som".

Kevin também disse à Lusa que ficou impressionado pela harmonia das vozes, quando o único instrumento em palco era uma viola campaniça, que não acompanhava todas as canções.

O norte-americano também se regozijou com o jogo entre momentos de uníssono coral e momentos a solo.

Os solistas não tiveram nenhum outro destaque do grupo mais do que um microfone e, para Kevin, era interessante tentar perceber quem é que, dos 25 amadores em palco, cantava.

"Gostei quando um indivíduo começava a cantar. Podias tentar encontrá-lo na multidão, depois mais alguém cantava e depois todos estavam a cantar", disse Kevin à Lusa.

O concerto inseriu-se na viagem de apresentação do festival Terras Sem Sombra, um festival que tem os Estados Unidos como país convidado desta edição, e que se realiza este ano, em mais de dez localidades do Alentejo de 26 de janeiro a 07 de julho.

EYL // MAG

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