Distrital PS Porto considera que fundos comunitários "não devem ser tratados em praça pública"
Porto Canal / Agências
Porto, 28 jan (Lusa) - O presidente da Distrital PS Porto, José Luís Carneiro, considerou hoje que um assunto "tão relevante" como o dos fundos comunitários "não deve ser tratado em praça pública", em reação à tomada de posição da Câmara desta cidade.
"Um assunto tão relevante como é o de trazer para Portugal 22 mil milhões de euros não deve ser objeto deste tipo de tratamento na praça pública. A CCDR-N [Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte] e o Conselho Regional são os órgãos onde estes assuntos devem ser tratados", defendeu o líder da Federação socialista do Porto.
José Luís Carneiro comentava, por comunicado, a tomada de posição feita hoje pela Câmara do Porto sobre candidaturas e prazos a fundos comunitários.
O presidente da autarquia desta cidade, Rui Moreira, em conferência de imprensa, disse esta manhã que "a cidade do Porto, em relação a esta questão [candidaturas aos fundos comunitários para o período 2014/2020], não se deve calar".
Rui Moreira distribuiu aos jornalistas um documento da Comissão Europeia - "uma resposta ao acordo de parceria do Estado Português" com o título, em inglês, de "Informal Information about Partnership Agreement for 2014-2020 programming period - Portugal" - onde na consideração 46 se lê "este projeto de Acordo ainda não tem uma cobertura geográfica clara e equilibrada".
"Basta ler esta frase para se perceber que temos razões para estar preocupados", disse Rui Moreira.
Mas José Luís Carneiro considerou "grave" que "informação privilegiada" sobre as negociações entre o Governo e a Comissão Europeia esteja a ser difundida "fora" do que o socialista considera serem "órgãos próprios".
"Tão grave como termos a União Europeia a recusar as propostas do Governo português (...) é o facto de termos informação privilegiada sobre as negociações do Governo com Bruxelas, fora dos órgãos próprios", refere José Luís Carneiro.
Na opinião do socialista a recusa de propostas de Bruxelas a Portugal "pode significar incompetência do Governo, ou, então, uma má vontade da Comissão".
Carneiro criticou, ainda, o que "poderá configurar falta de imparcialidade no tratamento dado pelo Estado às autarquias do país".
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