Médicos falam em "cenário preocupante" no centro hospitalar sediado em Vila Real

| Norte
Porto Canal com Lusa

O bastonário da Ordem dos Médicos disse esta sexta-feira que encontrou um “cenário preocupante” no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), que “exige resolução imediata”, nomeadamente a nível do subfinanciamento e da falta de recursos humanos.

Atualizado 28-07-2018 12:14

Miguel Guimarães afirmou que é “essencial que seja reforçado o investimento neste centro hospitalar”, com sede em Vila Real e que agrega ainda os hospitais de Chaves e Lamego, e frisou que um dos principais problemas “são os recursos humanos”, faltando “muitos médicos de várias especialidades”.

O bastonário falava aos jornalistas em conferência de imprensa, depois de reunir com a administração do CHTMAD e com profissionais que ali trabalham.

A visita a Vila Real teve lugar depois da demissão do diretor clínico João Gaspar, entretanto substituído por Paula Marques, e de 30 diretores de serviço terem colocado o seu lugar à disposição.

Miguel Guimarães disse que percebeu “um clima de grande desmotivação” relativamente “àquilo que tem sido feito pela administração do hospital”.

Na sua opinião, “é absolutamente essencial” que o conselho de administração “ouça” os profissionais e os diretores de serviço e “tenha em linha de conta as suas reivindicações”.

Se isso não acontecer, segundo Miguel Guimarães, os diretores de serviços “podem concretizar a ameaça que já deixaram no ar, que é demitirem-se do cargo”.

O responsável elencou como um dos principais problemas do centro hospitalar os “recursos humanos” e defendeu que os hospitais que têm mais dificuldades em fixar os médicos deveriam poder contratar rapidamente os especialistas que ali se formam, bem como verem atribuídas mais vagas carenciadas.

“Por exemplo, neste hospital foram identificados como carenciados 26 serviços. No mapa de vagas carenciadas que foi publicado quinta-feira apenas foram atribuídas a este centro hospitalar sete vagas”, referiu.

O bastonário deu ainda como exemplo de serviços carenciados no CHTMAD o de oncologia, que funciona apenas com seis médicos e precisava, “no mínimo” de dez, bem como a urgência de Chaves, onde todos os médicos já possuem mais de 50 a 55 anos.

Fernando Salvador, de 35 anos e médico há 11, destacou o caso da medicina interna, onde é especialista, e afirmou que este serviço “precisa de aumentar o seu quadro”.

“Porque é um serviço que tem três polos hospitalares, com três urgências hospitalares, com cinco médicos de medicina interna de urgência por dia, daí a necessidade de aumentar e dotar o centro hospitalar de mais internistas e mais médicos que façam parte do quadro não prestando apenas serviços nas instituições”, salientou.

O médico falou ainda do desânimo entre os profissionais e lamentou o “subfinanciamento crónico” neste centro hospitalar.

Margarida Faria, presidente da sub-região de Vila Real da Ordem dos Médicos, elencou também o encerramento de camas e de atividade assistencial no bloco operatório, bem como os cortes no financiamento para tratamento de doenças oncológicas.

Por não possuir centro de referência para tratamento de doenças oncológicas em adultos, nomeadamente no cólon do reto, o CHTMAD terá um corte de 100% no financiamento atribuído pela tutela, a partir de janeiro de 2019, para os cuidados prestados a este tipo de doentes, como por exemplo, atos cirúrgicos, primeiras e segundas consultas, quimioterapia e radioterapia.

Miguel Guimarães afirmou ainda que, "de uma vez por todas, é preciso puxar o centro hospitalar para cima da linha de água”.

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