Barcelona, Espanha, 21 dez (Lusa) -- Os catalães independentistas evitaram festejar a vitória que tiveram hoje nas urnas em eleições que foram impostas pelo Governo central, apesar de manterem a maioria absoluta do parlamento regional.

"Não há euforia porque estas não são as nossas eleições. Foram impostas por Madrid e temos os nossos dirigentes presos ou refugiados em Bruxelas", disse Ana Tejedor à agência Lusa numa avenida quase deserta do centro de Barcelona.

A praça da Catalunha e a Rambla tinham o tráfego habitual, principalmente de turistas, mas sem qualquer manifestação na sequência dos resultados eleitorais desta noite.

"As pessoas estão fartas do impasse político e não acreditam que haja uma saída fácil", disse por seu lado Jordi Ponce, que voltava para casa depois de um dia de trabalho.

As únicas comemorações pareciam apenas ter lugar na praça de Espanha, onde os constitucionalistas dos Cidadãos estavam reunidos para a noite eleitoral.

Esta formação política ficou à frente nas eleições com 25% dos votos e 37 deputados eleitos num total de 135, mas não conseguiu evitar a maioria conseguida pelos três partidos independentistas, liderada pelo Junts per Catalunya do líder separatista, Carles Puigdemont.

"Talvez amanhã as organizações cívicas independentistas convoquem uma manifestação através das redes sociais", disse Jordi Bjorn ao volante de uma viatura numa praça de táxis da Rambla.

O bloco independentista obteve uma soma de 70 deputados e Puigdemont, refugiado em Bruxelas, apresentou-se como o presidente legítimo do governo regional.

"Isto tudo é muito mau. A crise vai continuar para o comércio", disse Juan Carlos Alfonso, atrás do balcão do seu pequeno comércio de venda de comes e bebes na praça de Barcelona.

As estatísticas oficiais indicam uma redução significativa de turistas e investimento estrangeiro na região mais rica e mais visitada de Espanha, tendo mais de 3.000 empresas mudado a sua sede social para outras regiões espanholas.

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